Foram muito poucos os meses entre o início de 2013 e abril de 2015 em que a confiança dos consumidores se degradou. Na realidade a evolução do indicador tem sido pouco menos do que espetacular tal a rapidez com que se saiu dos piores níveis de confiança desde que há registos (em 2012) para níveis de confiança dos consumidores em máximos históricos. O mês de abril, contudo, foi um desse meses em que a confiança caiu e fê-lo como nunca havia acontecido desde outubro de 2012. O indicador mensal registou uma queda no saldo de respostas extremas de -3,8 pontos. Por comparação, a queda mais intensa desde que o indicador começou a recuperar no final de 2012 havia sido de -2,7 pontos em março de 2013. Considerando a média móvel de três meses a queda surge atenuada, fixando-se nos 0,2%.
Segundo o INE “No mês de referência, o comportamento do indicador resultou do contributo negativo das expectativas relativas à evolução da poupança e do desemprego.”, resta agora saber se estamos perante um ligeiro soluço numa tendência que até aqui tem sido persistente ou se podemos estar perante algo que venha a interromper de forma duradoura o “acentuado perfil ascendente” .
Do lado das empresas, o conjunto das indicações permitiu que o indicador de clima registasse uma ligeira subida, o suficiente para se posicionar no melhor valor desde junho de 2008. Quanto à análise dos contributos sectoriais para esta evolução, recomendamos as seguintes linhas do INE:
“(…) O indicador de confiança da Indústria Transformadora recuperou expressivamente em abril, devido ao contributo positivo de todas as componentes, apreciações sobre a procura global e relativas à evolução dos stocks de produtos acabados e perspetivas de produção, mais intenso no primeiro caso.
O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas registou uma ligeira redução no mês de referência, observando-se uma evolução negativa das expectativas de emprego, uma vez que as opiniões sobre a carteira de encomendas recuperaram.
O indicador de confiança do Comércio também diminuiu de forma ténue no último mês, refletindo o contributo negativo das perspetivas de atividade e das apreciações sobre o volume de vendas, mais intenso no primeiro caso.
Por sua vez, o indicador de confiança dos Serviços aumentou significativamente em abril, devido à forte recuperação das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e sobre a atividade da empresa e das expectativas de evolução da procura. (…)”