A taxa de cobertura das importações pelas exportações voltou a agravar-se no trimestre terminado em agosto de 2014, fixando-se nos 82,0% (uma queda de 0,7 pontos percentuais face a julho). para este resultado concorreu um crescimento das importações (3,2%) superior ao crescimento das exportações (2,4%). Este diferencial de ritmo foi contudo menor do que no trimestre terminado em julho facto que terá sido fortemente influenciado pelo comportamento específico do mês de agosto de 2014 no qual as exportações de bens diminuíram 2,2% e as importações caíram 3,1% em termos homólogos. Ou seja, tomando isoladamente o mês de agosto, registou-se uma queda do comércio externo tanto na perspetiva das vendas quanto das compras ao exterior e, nesse mês em concreto, com uma queda das importações superior à registada nas exportações ter-se-á verificado uma ligeira melhoria da taxa de cobertura.
Esta oscilação de comportamento das trocas comerciais com o exterior entre diferentes meses de um mesmo trimestre torna particularmente difícil uma antecipação da tendência futura. O dinamismo das exportações estará definitivamente em causa? O dinamismo recente do investimento que tem a par com o consumo estimulado a compra de maquinaria e material de transporte e que parecia indiciar uma aposta na atividade produtiva (aumento da capacidade instalada) estará também em causa? O INE indica que no mês de agosto, excluido Combustíveis e lubrificantes as exportações decresceram 0,1% e as importações aumentaram 3,5% face ao mês homólogo, tendo-se mantido o dinamismo na compra de Veículos e outro material de transporte e de Máquinas e aparelhos (oriundos essencialmente da União Europeia). Para já as oscilações nos combustíveis (compra e venda) parecem justificar boa parte das oscilações, contudo, os sinais globais do final do terceiro trimestre de 2014 não são animadores.