Em apenas um ano, o rendimento mediano da população portuguesa diminuiu 1,8% passando com isso o limiar de pobreza relativa em Portugal dos €4994 registados em 2011 para os €4904 em 2012. Ou seja, quem tenha mantido o rendimento de €4994 entre 2011 e 2012 deixou de ser pobre. Contudo, o número dos que conseguiram esse feito foi inferior aos que caíram para baixo desse linha tendo a taxa de pobreza aumentado de 17,9% para 18,6%.
Uma das subidas mais significativas da taxa de pobreza relativa registou-se entre o menores de idade que viram o valor aumentar em 2,6%. Em 2012, praticamente um em cada 4 menores a viver em Portugal era pobre.
Por outro lado, pertencer à população ativa é cada vez menos garantia de uma taxa de pobreza inferior à média. A taxa entre os ativos aumentos de 16,9% para 18,4% em apenas um ano.
Os pensionistas contaram-se entre os poucos que viram a sua taxa de pobreza descer, muito à conta de estarem a entrar nesta população reformados que recebem pensões médias mais elevadas.
A redução das proteções ao desemprego e o aumento do desemprego de longa duração são os principais suspeitos para justificar o aumento significativo da taxa de pobreza entre os desempregados que atingiu os 40,2% em 2012 (mais 1,9% do que em 2011).
Para tentar reduzir o risco de pobreza parece ser particularmente eficaz, ser-se adulta, com menos de 65 anos e viver num agregado familiar sem crianças. A taxa de pobreza é de 13,5% nesses agregados. O número de crianças acompanha o aumento da taxa de pobreza por tipo de agregado familiar, sendo também relevante a existência ou não de dois adultos.
Os gráficos aqui apresentados foram publicados pelo INE (clique aqui para aceder à fonte).