Entre vários indicadores apurados pelo INE e seus parceiros europeus na quantificação da pobreza conta-se um indicador de intensidade da pobreza relativa que procura ir além da mera contagem de quem está acima ou abaixo do limiar convencionado. Este indicador apura a dimensão dos desvios entre o rendimento mediano dos agregado pobres e o limiar de pobreza relativizando-o (via rácio) face ao limiar de pobreza propriamente dito. Um individuo pobre por €1 não terá a mesma intensidade de pobreza que um pobre por €4000. E que nos diz este indicador face aos dados mais recentes? Segundo o INE a intensidade da pobreza aumentou 3,3 pontos percentuais para 27,2%. Ou seja registou um aumento muito maior do que a própria taxa de pobreza que aumentou 0,8 pontos percentuais no mesmo período.
Recorde-se que entre 2009 e 2011 o valor de intensidade da pobreza mais elevado havia sido de 23,2% em 2011.
O indicador que mede a desigualdade entre todos os indivíduos (índice de GINI) manteve-se num patamar elevado (quando comparado com os nossos parceiros da União Europeia ou da OCDE) ainda que tenha descido 0,3% para 34,2% entre 2011 e 2012. Já se utilizarmos indicadores que compara os 20% mais ricos com os 20% mais pobres constata-se que a desigualdade se reforçou entre 2011 e 2012 (de 5,8 para 6 vezes), sendo maior quanto a comparação é feita entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres (aumentou de 10 para 10,7 vezes).
A sociedade está globalmente mais pobre (aferindo pela queda da limiar da pobreza) e as divergências entre os estratos que recebem maiores rendimentos anuais e os que recebem menores está a aumentar.