Os preços desceram 0,4% entre março de 2013 e março de 2014. Estamos em deflação?
É das quedas mais acentuadas em cinco anos, remetendo para a recordação do ano de 2009, o primeiro ano de que há registo de estatísticas oficiais em que os preços terminaram o ano mais baixos do que o começaram.
A taxa de inflação, que mede a variação média anual dos preços, acabou por descer após vários meses de taxas de variação homólogas muito baixas ou mesmo negativas, fixando-se agora nos 0,2%.
Para já, não se pode falar ainda, tecnicamente, de deflação mas o cenário é cada vez mais provável.
O INE sinaliza quais as classe de despesa mais responsáveis pela queda dos preços em março:
“Entre as classes com contribuições negativas para a variação homóloga do IPC destaca-se a dos Transportes (classe 7),com uma variação homóloga de -3,1% em março (-1,9% no mês anterior). Outros contributos negativos tiveramorigem nas classes do Lazer, recreação e cultura (classe 9) e dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (classe1), que apresentaram variações homólogas mais negativas em março que no mês anterior (-1,5% e -0,4% em março,respetivamente).”
Por outro lado, há algumas classes de despesa onde os preços continuam a subir a um ritmo considerável:
“Nas classes com contribuições positivas para a variação homóloga do IPC salienta-se a da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (classe 4), com uma variação homóloga de 2,1% (2,3% no mês anterior), influenciada em grande medida pelo sub-subgrupo das Rendas efetivas pagas por inquilinos de residências principais. São ainda de referir os contributos positivos das classes das Bebidas alcoólicas e tabaco (classe 2), das Comunicações (classe 8) e da Saúde (classe 6), com variações de 2,2%, 2,0% e 0,8% em março, respetivamente, taxas que se situaram abaixo das observadas no mês anterior”