Os dados publicados pelo Banco de Portugal no seu segundo Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho permitem ao cliente bancário ter uma imagem global abrangente e informativa sobre áreas relevante do relacionamento da banca com os seus clientes e sobre a evolução do negócio no último ano concluído, neste caso 2013. O Banco descreve a evolução nos depósitos a prazo simples, nos depósitos duais e indexados mas também na área de crédito à habitação e crédito ao consumo. E nestas últimas a situação pode-se resumir da seguinte forma: Crédito à Habitação em contração; Crédito ao Consumo em expansão.
Quanto aos dois primeiros temas, o nosso sítio parceiro Melhores Depósitos a Prazo fez os devidos destaques nas peças: Os depósitos em Portugal em 2013 segundo o Banco de Portugal e Depósitos Indexados e Duais em 2013 mas ainda lhe dizemos que os depósitos a prazo simples registaram uma divergência entre a aposta dos bancos e a escolhas dos clientes e registaram também realidades bem diferentes para o bolso dos clientes caso tenham optado por depósitos indexados ou caso tenha preferido depósitos duais.
Neste artigo damos destaque às principais conclusões referidas para o crédito à habitação e para o crédito ao consumo. Eis um excerto com sublinhados nossos:
Crédito à habitação
A dimensão do mercado do crédito à habitação, avaliada pelo número e montante dos contratos vivos a 31 de dezembro de 2013, reduziu-se face ao ano anterior, uma vez que os reembolsos, antecipados ou por decurso normal do prazo, superaram as novas contratações. Todavia, o número de novos contratos celebrados aumentou 3,7 por cento em 2013, bem como o montante inicial médio dos empréstimos que aumentou 1,7 por cento em comparação com 2012, para cerca de 69 mil euros.
Nos contratos celebrados em 2013, a taxa de juro incorporou uma ligeira redução dos spreads médios praticados, interrompendo assim a trajetória de aumento de spreads dos anos anteriores. O spread médio dos contratos de crédito à habitação celebrados em 2013 foi de 2,93 pontos percentuais, menos 12 pontos base do que o spread médio dos contratos celebrados em 2012. Nos contratos de crédito conexo, o spread médio dos celebrados em 2013 foi de 4,16 pontos percentuais, menos 26 pontos base do que o spread médio dos contratos celebrados em 2012.
O prazo médio dos contratos de crédito à habitação voltou a diminuir em 2013, para 29,5 anos. Este prazo é inferior aos 34,1 anos registados em 2011 e 31,1 anos em 2012.
O recurso ao reembolso antecipado reduziu-se em 2013, tendo o número e montante de reembolsos antecipados no crédito à habitação e no crédito conexo diminuído cerca de 10 por cento em relação ao ano anterior.Crédito aos consumidores
Em 2013, assistiu-se a uma recuperação do mercado do crédito aos consumidores, após dois anos consecutivos de queda, tendo o número de contratos celebrados aumentado 7,5 por cento e o montante mensal médio de crédito concedido crescido 14,9 por cento em comparação com 2012.
O aumento do montante de crédito concedido em 2013 foi generalizado a todos os tipos de crédito – pessoal, automóvel e revolving – mas foi particularmente significativo no crédito pessoal, que aumentou 27,5 por cento face a 2012.
Em 2013, o custo do crédito aos consumidores diminuiu. As taxas anuais de encargos efetivas globais (TAEG) médias praticadas no crédito pessoal, automóvel e revolving diminuíram ao longo do ano. Esta evolução foi particularmente evidente no crédito revolving, cuja TAEG média diminuiu em cerca de 4 pontos percentuais, entre o último trimestre de 2012 e o último trimestre de 2013. A evolução das TAEG médias dos diferentes segmentos de crédito acompanhou as alterações legais e regulamentares na determinação das taxas máximas permitidas por lei.