Analisando com mais detalhe os dados do inquérito ao emprego hoje divulgados pelo INE, verifica-se que, apesar da queda de 2,2% na população empregada (-102,7 mil empregos) face ao 3º trimestre de 2012, o sector dos serviços conseguiu gerar empregos líquidos, ou seja, há agora mais 1,2% de empregos nos serviços do que há um ano (+36,8 mil empregos).
Esta evolução contrasta com perdas muito significativas de postos de trabalho na indústria (-8,6% ou seja menos 102,3 mil empregos) e na agricultura (menos 7,4% ou menos 37, 2 mil posto de trabalho).
A melhoria nos indicadores de emprego/desemprego parece ser assim claramente localizada no sector terciário e não tanto um fenómeno transversal a toda a economia. Pelo menos para já.
Analisando com maior detalhe a informação subsectorial nos serviços, verifica-se que foi nas atividades de alojamento, restauração e similares que mais emprego foi criado entre o 3º trimestre de 2012 e de 2013. De facto, surgiram 19,3 mil novos empregos do total, representando mais de metade do total de novos empregos criados nos serviços. Outras atividades parcialmente correlacionados com o turismo como os transportes e armazenagem também aumentaram o número de empregos em 15,6 mil efetivos.
A conjugação destes dois dados indicia que o reconhecido ano excecional para o turismo nacional, beneficiando de instabilidade política em vários mercados concorrentes (Norte de África e Turquia em especial) estará a liderar de forma muito significativa os aspetos mais positivos relacionados com os mais recentes dados do emprego. Contudo, não será o único sector a explicar os dados mais recentes. Note-se que o subsector das atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares merece igualmente destaque ao ter registado um incremento de 16,6 mil empregos.
Ainda assim, o subsector a registar a maior variação em número de efetivos ao longo do último ano foi o da Educação mas, neste caso, em sinal contrário: foram destruídos 22,4 mil empregos.