Uma blogger da vizinhança, fã do jornal Público, recuperou recentemente para a cloud uma entrevista concedida por João Ferreira do Amaral em 1995, ou seja há 18 anos. Nessa entrevista, então a quatro anos de se consumar a entrada de Portugal como pioneira do Zona Euro, abordava-se a opção de entrada, os riscos e ameaças da mesma e o que faltava então construir para que, na opinião do autor, a Zona Euro cumprisse com a infraestrutura institucional indispensável para que fosse um projeto viável.
Vale a pena recordar essa entrevista e confrontá-la com a realidade. Perante o tema adequado e conhecendo-se e utilizando-se a teoria recomendável para cada situação, é possível que um economista consiga oferecer excelentes propostas de política económica. Neste caso, volvidos 18 anos, provavelmente tarde demais, começa finalmente a encontrar-se reconhecimento para o diagnóstico/solução proposta por João Ferreira do Amaral.
Sem prejuízo de ser inevitável uma imensa dose de sacrifício, sair da Zona Euro (conjuntamente com a inevitável renegociação da dívida do país) desenham-se como objetivos de curto e médio prazo a considerar no melhor interesse nacional, visando em particular, recuperar uma perspectiva de futuro. Uma perspectiva que, no atual enquadramento, é extremamente difícil vislumbrar.