Segundo os dados do Eurobarómetro hoje divulgados, Portugal destaca-se em vários indicadores face aos seus parceiros da União Europeia (UE), registando avaliações particularmente negativas sobre a confiança nas instituições, perspetivas de evolução económica, entre outros. A edição de primavera do Eurobarómetro (desenvolvido pela Comissão Europeia) inquiriu 26.605 cidadãos nos 28 países da UE, 1.004 dos quais em Portugal. Quanto à confiança nas instituições, apesar do cenário europeu não ser particularmente positivo, para os Portugueses os níveis de desconfiança são muito elevados. Por exemplo, 88% os inquiridos não confia no governo (71% na UE), 85% não confia no Parlamento (68% na UE) e 71% não confia na UE (60% na UE).
Quanto à avaliação da situação económica, 96% dos portugueses inquiridos considera-a muito má (72% na UE) e 68% afirmar que o seu agregado familiar tem uma situação financeira má (35% na UE).
Um dos número mais curiosos, talvez por poder revelar alguma iliteracia financeira ou disputar as estatísticas existentes, prende-se com os principais problemas destacados pelos portugueses como afetando a sua vida pessoal. À cabeça vem o aumento dos preços /inflação com 51% (41% na UE), seguido do desemprego com 31% (22% na UE). Provavelmente, arriscamo-nos a conjeturar que por aumento dos preços os portugueses possam estar a considerar a redução do rendimento disponível, mais do que um efetivo aumento nominal dos preços dado que, em Portugal, existe neste momento uma taxa de inflação moderada e em rápida contração.
Quando o enfoque deixa de ser o pessoal e passa para uma apreciação a nível nacional, os principais problemas identificados são o desemprego com 71% (51% na UE) e a Situação Económica com 40% (33% na UE).
Cerca 75% dos portugueses inquiridos não concorda que o pior da crise já tenha chegado, esperando que a situação venha a piorar (55% na UE) e 61% dos agregados afirmam que não têm condições de planear o futuro (35% na UE). Praticamente a mesma percentagem de inquiridos nacionais considera que a UE (24%) como o governo (23%) são a instituição mais capaz para minimizar os efeitos e contrariar a crise – percentagens também muito próximas das registadas a nível da UE (22% e 21% respetivamente).
Finalmente, 62% dos portugueses e dos cidadãos da UE consideram-se Europeus, valorizando preferencialmente a livre circulação de pessoas, bens e serviços como a principal conquista da UE (57% em PT e 56% na UE). Seguem-se a paz entre os países (40% em PT, 53% na UE) e, a grande distância, a terceira, o Euro (25% em PT, 24% na UE).
Reproduzimos em baixo alguns dos quadros do Eurobarómetro. Poderá encontrar toda a informação nos vários elos disponibilizados na página do Eurobarómetro.