Uma das notícias do dia envolve um estudo recente do IPAM (Escola de marketing). Segundo o estudo, mais de metade dos portugueses (57,5%) terá afirmado que irá consumir mais produtos portugueses no futuro, contudo, quase dois terços reconhece que essa opção representará pagar mais caro. Se juntarmos a isto o facto de que quase 80% acha que está a caminhar para o empobrecimento… Será mesmo verdade que as preferências reveladas via inquérito se vão confirmar? Ou seja, alguém que acha que está a empobrecer vai, por opção política, comprar algo mais caro em termos de preço porque sabe que tem de ajudar a produção nacional?
Ou será que os consumidores são mesmo muito racionais e estão a interiorizar que o custo adicional que poderão ter de pagar por comprarem produto nacional terá um reflexo positivo indireto e a prazo no seu rendimento disponível ao contribuir para a dinamização da atividade produtiva local e, por exemplo, gerando menos pressão sobre as receitas fiscais que incidem sobre os consumidores e, eventualmente, maior oferta de emprego?
É sempre fascinante avaliar estes aspetos de preferências, de (micro)economia comportamental.
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