O défice externo está a desaparecer pela boas ou pelas más razões?
Recomendamos vivamente a análise recente de Rui Peres Jorge relativa ao défice externo (em “Notícias sobre a morte défice externo são claramente exageradas – Massa Monetária”) peça na qual o jornalista do Negócios decompõem os contributos das parcelas das balanças comercial, de rendimentos, de transferência correntes e de capital. Tudo componentes do défice externo.
Sem prejuízo de ler o artigo na íntegra e de consultar os números nele expostos, destacamos da análise o seguinte excerto que recomenda que se guardem cautelas com analises demasiado simplistas:
” (…) Sendo indiscutível que o ajustamento externo registado na economia portuguesa é impressionante, há razões para olhar com cautela para o que está a acontecer.
Por um lado, metade do ajustamento comercial deve-se à queda das importações (carros dão um contributo importante, mas menos maquinaria e investimento produtivo foram também decisivos). Por outro, Portugal está a pagar muito menos rendimentos ao exterior, em grande parte porque está em recessão, remunerando menos os investimento dos estrangeiro, o que está longe de ser animador.
Estas são dinâmicas com efeitos potencialmente perversos para o futuro da economia e que apontam um elevado risco de insustentabilidade a médio prazo da correcção do défice externo que Governo e troika tanto elogiam. Notícias sobre a morte do défice externo são, neste momento, claramente exageradas. “