Segundo um estudo da Universidade do Porto citado pelo jornal Público, foram encontradas evidências de que os alunos do ensino privado, que têm as mesmas notas que os do público nos exames nacionais que são comuns a ambos, estarão a ter um “bónus” médio de mais meio valor na nota atribuída por cada escola nos exames e avaliação interna. Segundo os investigadores citados pelo Público:
“(…) Através da desagregação e comparação das notas torna-se evidente que a diferença entre a classificação interna, geralmente mais alta, e a média obtida no exame é maior entre aqueles que obtêm piores resultados nos exames nacionais, sem que aqui se registem diferenças entre os que vieram do ensino público e os que frequentaram o privado. Mas o mesmo já não se aplica aos alunos que obtiveram entre 13 e 19 nos exames nacionais. Apesar de terem as mesmas notas nos exames, os estudantes do público ficam a perder: em média, “a diferença entre as classificações internas e as dos exames é sempre, neste intervalo, superior a 0,5 pontos a favor dos alunos do particular”, especificam. (…)”
Os investigadores recomendam que se introduza um esquema de correção que atente a este problema. Uma última nota significativa que é dada pelos investigadores prende-se com uma comparação entre alunos de licenciatura da própria Universidade do Porto:
“(…) No artigo publicado no International Journal on School Disaffection, os autores lembram, a propósito, uma investigação recente da Universidade do Porto sobre os estudantes que ali foram admitidos no ano lectivo de 2008/09 , onde se verifica que, no final da sua formação, os que vieram das escolas públicas tinham uma presença superior no grupo dos 10% melhores do que os oriundos das privadas.”
A referência ao estudo: “One dimensional school rankings: a non-neutral device that conceals and naturalizes inequalities“