Admitindo que tenha alguns minutos extra para matar a curiosidade sobre eventos que raramente chegam às notícias de grande destaque, hoje sugerimos a leitura de um pequeno e interessante artigo do New York Times que surge traduzido no Jornal i. O tema surge fielmente retratado no título “Japão Imigrantes afastados do mercado de trabalho“, mas é também um olhar que vai um pouco além da questão demográfica e aborda o Japão presente e futuo.
Eis um excerto:
” (…) São muitas as barreiras à imigração para o Japão. As leis de imigração, muito restritivas, impedem explorações agrícolas e oficinas agonizantes de aceder à mão- -de-obra estrangeira, levando alguns a abusar de programas de formação para trabalhadores de países em desenvolvimento ou a contratar imigrantes ilegais. As exigências, muito rigorosas, excluem profissionais estrangeiros qualificados, enquanto uma teia de regras e procedimentos complexos desencoraja os empresários de se instalarem no Japão.
Dadas as perspectivas de emprego sombrias, as universidades não têm conseguido aumentar as inscrições de estrangeiros. No actual clima económico, com os rendimentos locais a descerem e os recém-licenciados a enfrentarem dificuldades para arranjar emprego, tem havido pouca vontade política de levantar este tema de discussão delicado.
Porém, o relógio demográfico do Japão não pára: nos próximos 40 anos, a sua população diminuirá cerca de um terço, para os 90 milhões, de acordo com as previsões governamentais. Em 2055, mais de um em cada três japoneses terá mais de 65 anos e a população activa será inferior a um terço, limitando-se a 52 milhões. (…)”