Os dados mais recentes da evolução da inflação na União Europeia, e na Zona Euro em particular, sinalizam uma apreciável desaceleração do ritmo de subida dos preços, caindo de 2,7% em Junho para 2,5% em Julho. Esta informação é ainda uma estimativa rápida pelo que não permite avaliar como estará a evoluir a situação a nível nacional, contudo, se já antes, com os níveis de inflação dos últimos meses e em particular com o nível relativamente mais baixo registado na Alemanha (face à média), era difícil entender a política monetária do BCE no sentido de aumentar as taxas de juro para conter a inflação, agora estão-se a acabar as “desculpas” remanescentes.
Será razoável esperar que o BCE mantenha a política de incremento das suas taxas directoras?
Recorde-se que as justificações para a evolução recente dos preços são exógenas (preço dos combustíveis) e administrativas (aumento da fiscalidade por via da austeridade quase transversal a nível europeu). Há muito pouco de “sobreaquecimento” económico (pelo menos na Europa) para fundamentar a subida dos preços recente. Recorde-se que na Alemanha a taxa de desemprego ronda os 7% e não tem uma tendência definida (subiu ligeiramente nos tempos mais recentes).