Segundo os dados mais recentes do Eurostat, a globalidade da economia europeia continua a crescer mas, após o segundo trimestre de 2011, a um ritmo mais lento (1,7% em termos homólogos). Dos 20 países que já divulgaram as estimativas rápidas do PIB, Portugal é o único que regista crescimento negativo, em termos homólogos, já na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a variação nula do PIB português coloca-o em igualdade com o apurado na França e Hungria e muito próximo do registado na Alemanha, Holanda e Bulgária (todos com variações de 0,1%).
Há quatro economias europeias a crescer acima dos 5% em termos homólogos, todas localizadas no báltico (os três países bálticos e a vizinha Finlândia). Recorde-se que apenas a Finlândia pertence à Zona Euro.
Entretanto, no final do dia, ficou a conhecer-se o resultado de mais uma reunião dos patrões informais da Zona Euro, os lideres atuais das duas maiores economias (que representam pouco menos de metade da Zona Euro), anunciaram um conjunto de medidas que irão propor aos seus parceiros, em mais uma tentativa de resolver o grave problema político e de credibilidade que tem vindo a afetar a Zona Euro e, consequentemente, a União Europeia.
Entre as medidas mais emblemáticas destacam-se três:
- a criação de uma regra de equilíbrio financeiros comum a todos os 17 estados da Zona Euro, a implementar nos próximos 9 meses,
- a criação de uma taxa/imposto sobre as transacções financeiras dentro da União Europeia (a ideia terá raízes na famosa taxa Tobin) tendo os detalhes quanto ao valor de referência e quanto às operações abrangidas ficado para discussão a 17;
- e finalmente, a criação de um governo financeiro da Zona Euro como mais um passo no processo de integração económica – neste caso Merkel e Sarkozy detalharam que proporão um governo a ser liderado pelo atual presidente do conselho europeu, governo esse que teria um mandato de dois anos e meio.
Quem esperava que desta reunião surgisse uma decisão em favor da criação de Obrigações Europeias (Eurobonds) viu goradas as expectativas. Sarkozy referiu-se a uma hipotética criação desse mecanismo, como último passo do processo de integração económica, e nunca como solução para a crise atual.