Lendo esta notícia do Diário Económico “Quase 258 mil desempregados não recebem subsídio” percebe-se a dimensão do desemprego estrutural, afinal, quase metade das pessoas que se deslocam regularmente aos centros de emprego (e como tal são consideradas como desempregados por continuarem a procurar activamente emprego) já não recebem, nem subsídio de desemprego, nem subsídio social de desemprego. Segundo o mesmo artigo, o número de beneficiários do rendimento social de reinserção está também a cair, tal como o número de abonos de família atribuídos.
Em suma, na pior conjuntura económica em muitos anos, se olhássemos apenas para a despesa do Estado em apoios sociais teríamos uma imagem completamente distorcida da realidade nacional. Na altura em que mais era necessário o Estado estar presente, esse mesmo Estado sai de cena mais rapidamente do que em tempo de vacas menos magras. Esta é uma das perversões da má gestão da coisa pública. Além de podermos discutir que o Estado não cortou primeiro onde devia, parece também evidente que os cortes terão de ser generalizados, limitando a possibilidade de ser o estabilizador social que se desejava.
Vale a pena ter em mente estes números sempre que algum grupo, corporação ou beneficiado vier apresentar as suas sãs razões para ser poupado à melhor gestão dos dinheiros públicos. O referencial de comparação deve ser este: o dos portugueses que estão hoje em situação de penúria total ou muito próximo disso.
O referencial não devia ser antes a riqueza produzida no país dividida por todos?
Tenho 53 anos,recebia o subsidio social de desemprego neste momento terminou o prazo. Não arranjo emprego digam-me como é que hei-de viver? Com um filho para criar…
Ver se pode aceder ao RSI é uma hipótese.