O INE só irá apresentar os primeiros dados preliminares dos Censos 2011 durante o mês de Julho de 2011, contudo, na página oficial dos Censos 2011 surgem já dois números relativos à operação censitária. Por um lado, o INE avança que foram recenseados 5,639 milhões de alojamentos (correspondendo a 98% dos previstos) e, por outro, foram recenseadas 10,202 milhões de pessoas (cerca de 96% da população estimada).
Segundo estes números e detendo-nos na população, a estimativa do INE antes do censos que aponta para a existência de cerca de 10,637 milhões de residentes no final de 2010, poderá ser fortemente revista em baixa pois poderão estar a “faltar” cerca de 435 mil residentes.
Se estes números se vierem a confirmar, a emigração registada ao longo dos últimos 10 anos (entre períodos censitários) será a principal suspeita para explicar a diferença apurada. Note-se que acompanhar os fluxos migratórios, em particular os que ocorrem no seio do espaço Schengen onde há livre circulação de pessoas, é particularmente difícil por não existirem registos formais. Contudo, apesar das dificuldades poderá ter acontecido que o INE falhou na percepção da magnitude do fenómeno migratório detectada por outros indicadores indirectos. Aguardemos pelos detalhes. É também para isto que servem os censos.