Em 2010 a entrega das declarações anuais da 1ª e da 2ª fase iniciaram-se cerca de 15 dias antes do que veio a acontecer no calendário de 2011. Ora se o prazo médio de entrega dos reembolsos se manteve nos dois anos, isso quererá dizer que os reembolsos em 2011 se iniciaram pelo menos cerca de 15 dias depois face ao ano anterior. E então?
O problema é que quando agora se divulgam dados relativos à váriação homólogo da IRS (comparação com igual período do ano passado), forçosamente teremos em 2011 menos reembolsos para o mesmo período e, como tal, uma indicação errada de que o IRS arrecadado pelo Estado aumentou. A comparação correcta só se conseguirá efectuar quando este ano terminarem todos os reembolsos, olhando então para os valores que se tinham no mesmo período do ano passado.
Assim sendo, podemos afirmar que o IRS não aumentou 33% nos primeiros meses de 2011 e podemos ainda dizer que os impostos directos não aumentaram 17% em igual período.
Quanto aumentaram então? Não fazemos a mínima ideia, admiti-se que terão aumentado qualquer coisa (as taxas de imposto subiram e talvez a actividade económica não tenha caído ao ponto de anular a subida) mas…
Note-se que este problema é referido algures da Síntese de Execução Orçamental de Maio de 2011. É pena que não surja (para já) em algumas notícias de media profissionais, a bem da verdade.