Taxa de inflação sobe mas mantêm-se claramente negativa

Em Abril, o índice de preços no consumidor acelerou um pouco para 0,7% face a igual mês de 2009 (tinha sido de 0,5% em Março), contudo, o mês ficou marcado por um reforço do relevo dos preços dos produtos energéticos e alimentares não transformados para esta evolução dos preços já que, se recalcularmos o IPC sem estes produtos, ocorreu na realidade uma descida de 0,5% (havia sido de -0,4% em Março).

Como consequência da variação homóloga já referida, a taxa de variação média anual (vulgo taxa de inflação) passou de -0,8% para -0,7%. Portugal continua a ter uma das taxas de inflação mais baixas da União Europeia.

Eis o relatório do INE responsável por esta estatística.

3 comentários

  1. E agora com os anunciados cortes salariais as perspectivas de inflação positiva ainda é mais dúbia. Contudo, os cortes salariais ainda são demasiado “tímidos”. Não estou a tentar tirar as palavras ao Paulo Portas, mas tendo em conta o esforço de nuestros hermanos no mesmo campo, então o nosso é tímido ou camuflado 🙁

    Cumprimentos

  2. Muitas incógnitas em cima da mesa. A comparação com Espanha não deve ser directa.
    Andamos a navegar à vista com cozinhados. O eesencial é aumentar a taxas de poupança interna e conseguir obter competitividade lá fora e, de caminho, com menores custos ao nível dos bens não transaccionáveis. Até parece simples 😉

  3. Não estava a querer fazer uma comparação directa entre Espanha e Portugal. Mas verdade seja dita que eles são mais arrojados que nós no combate ao défice. E era bom vermos mais esforço e sacrifício da elite política do que realmente vemos (se é que vemos alguma coisa).

    As taxas de poupança interna são bastante difíceis de alterar do dia para a noite porque depende muito do habito da própria população. Portugal está também numa fase de consumismo desmedido, nomeadamente devido ao acesso a crédito para tudo e mais alguma coisa. O problema é que a população portuguesa não tem educação financeira – nos EUA existe esta educação à população – o que torna mais difícil aumentar a poupança interna.

    Quanto a Portugal se tornar mais competitivo lá fora, tudo depende das apostas em sectores estratégicos e com forte crescimento futuro. Nós já não somos um pais sem conhecimento e com abundância de mão-de-obra barata… apesar do que certos políticos publicitam. Temos de nos diferenciar pela qualidade e diferença e não pelo custo. Isso seria estar a competir com a China, que não tem metade dos benefícios sociais que temos e como tal torna-se logo mais competitiva pelos custos. A própria China está-se a tornar bastante competitiva em termos de I&D, por isso se não dermos o passo antes que seja tarde, também podemos perder o comboio. E de perder o comboio já chegou a era pós-descobrimentos.

    A Economia é uma ciência não muito exacta (depende muito da conjuntura)… por isso com argumentos acertados podemos estar aqui a discutir cada um para o seu lado e sempre sem perder a razão… mas gosto muito do debate 🙂

    Cumprimentos

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