O prazo para receber o reembolso lá vai avançando para quem já entregou o IRS. Este ano em virtude da eventualidade de se poder receber o reembolso 20 dias após a entrega da declaração, os servidores do Portal das Finanças têm mostrado incapacidades pontuais em lidar com o forte afluxo. Fará sentido investir em novas máquinas? É que uma situação similar dificilmente se repetirá para o ano.
Com a perspetiva de a grande maioria dos contribuintes vir a ver limitados os valores máximos que poderão deduzir e/ou abater via benefícios fiscais que está prometida no PEC e que virá a ser conhecida em detalhe em breve, para o ano o mais provável é que uma parte muito significativa desses contribuintes tenha de pagar IRS adicional depois de entregar a declaração em vez de receber o reembolso.
Recorde-se que nos últimos anos se foi aproximando a taxa de retenção mensal do valor que efectivamente era devido ao Estado, de modo a se reduzirem os elevados montantes de reembolso que chegaram a existir. Ora de não se reverter à situação anterior (aumentando as taxas de retenção mensais) é natural que o valor apurado de imposto após a declaração entregue revele um imposto a pagar como sucede já hoje com muitos contribuintes que acabam por “disfarçar” tal situação apresentando deduções (despesas de saúde, educação, etc) ou invocando benefícios fiscais vários.
Para o ano o contribuinte “médio” ou vê os reembolsos passarem a ser quase nulos ou a terá mesmo de completar com um pagamento o imposto devido. Com tudo isto, quem quererá ser o primeiro a entregar o IRS? Talvez o pico de trabalho para os servidores se atinja mais para o final do prazo de entrega. Afinal é melhor mandarem reforçar as máquinas na mesma.
Este artigo procura respeitar o novo acordo ortográfico.