O estudo Adesão à Terapêutica em Portugal de que esta pequena peça do Diário Económico dá nota, procurou conhecer os hábitos dos portuguesas em relação aos medicamentos e parece ter revelado alguns factos interessantes. Desde logo que 9 em cada 10 portugueses tomou algum medicamento no período de 12 meses considerado no inquérito feito. Outra nota curiosa é a de 1 em cada 5 admitir ter-se automedicado pelo menos uma vez nos últimos 5 anos. (Será que tomar um analgésico sem ir ao médico conta? Ups!) Finalmente, o número mais assustador, aquele que quantifica os nossos concidadãos que pura e simplesmente não têm dinheiro para adquirir os medicamentos que lhes são prescritos pelo médico: um em cada três doentes que sofrem de uma doença crónica não toma os seus medicamentos porque não os pode pagar.
A ler também “Doentes sem dinheiro para remédios, dentista e óculos” de onde retivemos este parágrafo:
“(…) Relativamente ao papel da relação de confiança entre médico e paciente, 31,7% dos inquiridos consideram que o receio dos pacientes em fazer perguntas e pedir esclarecimentos aos médicos pode contribuir para o insucesso da terapêutica. (…)”.
Medo do senhor doutor ou de parecer ridículo… 31,7%… Às vezes há coisas aparentemente tão prosaicas e tão distantes das avançadas e geralmente dispendiosas elucubrações do político economista, ávido por melhorar o desempenho, que até metem dó.
No dia em que o paciente encarar o doutor como um prestador de serviços especial, mas ainda assim ao seu serviço, a eficácia do trabalho do médico melhorará substancialmente. A uns e outros a moral da história: não tenha medo de perguntar nem tenham medo que perguntem.
Os cumprimidos são muito cumpridos?
Thanks.