O Produto Interno Bruto português terá crescido 1,7% no primeiro trimestre de 2010 face a igual período de 2009 informa o instituto nacional de estatística na sua primeira estimativa para este valor. Segundo o INE:
“(…) O aumento do PIB em termos homólogos no 1º trimestre esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no 1º trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso. (…)”
Ainda segundo o INE o crescimento face ao último trimestre de 2009 terá sido de 1%, afastando-se assim, claramente, a perspectiva de se entrar em novo período de recessão técnica (que acontece quando ocorrem duas variações em cadeia consecutivas).
Há cerca de 3 anos que não se registava crescimento homólogo tão intenso. Outra nota que relativiza este número prende-se com o seu enquadramento na União Europeia e na Zona Euro em particular.
O ritmo de crescimento homólogo português no primeiro trimestre (1,7%) compara com um crescimento de 0,5% no conjunto dos países da zona euro e com um crescimento de 0,3% no conjunto de toda a União Europeia.
Quanto à variação em cadeia ( face ao trimestre imediatamente anterior) a economia Portuguesa (+1,0%) foi a que cresceu a um ritmo mais intenso no conjunto dos 27 países. Do conjunto de dados dos restante países da União hoje compilados pelo Eurostat, sublinha-se que a Espanha terá saído marginalmente da recessão (+0,1%) e que a Alemanha registou o 3º ritmo de crescimento mais forte face ao o corrido há um ano (+1.5%), logo atrás de Portugal (+1,7%) e da Eslováquia (+4,6%).
Estes números algo surpreendentes sobre a economia portuguesa (mas para os quais o observador mais atento poderia já estar avisado) poderão seguramente temperar o tempo e a dimensão do necessário ajuste de desalavancagem da economia e de consolidação orçamental das contas públicas.
Será muito interessante aferir de que modo se decompõe este crescimento e, claro está, procurar antever até que ponto poderá ser sustentável. O INE divulgará a primeira estimativa mais detalhada a 9 de Junho pelas 10 horas, podendo antecipar alguns detalhes já no próximo dia 19 aquando da difusão da Síntese Económica de Conjuntura.