No trimestre terminado em Abril deste ano que avança assim mais um mês face aos dados que foram considerados para o cálculo do PIB no primeiro trimestre, as Exportações e Importações registam crescimentos significativos, mas apesar do incremento no consumo de bens duradouros das famílias a que aqui fizemos referência, o ritmo de crescimento das exportações (18,4%) é ainda superior ao das Importações (12,9%), isto face a igual período do ano anterior.
A taxa de cobertura das importações pelas exportações melhorou face ao período homólogo sendo que exportamos agora quase dois terços daquilo que importamos em valor (65,2%). Detalhando por grandes regiões comerciais verificamos que foi dentro da ZOna Euro que a situação mais melhorou e foi face a países fora da União Europeia que se registou uma degradação, mantendo-seainda assim, face ao resto do mundo, a nossa melhor taxa de cobertura. Já vão longe, contudo os fugazes períodos de superavite (67,2% em termos homólogos), muito à conta do nosso défice energético.
Aguardemos pelos próximos meses para verificar até que ponto a continuada e abrupta queda do Euro face à generalidade das restantes moedas poderá ter um efeito catalizador nas exportações para fora da Zona Euro.
Adenda: surgiram algumas dúvidas quanto à eventual contradição entre as declarações de hoje do Primeiro Ministro sobre a existência de um superavite energético histórico no início de 2010 e o défice que acima descrevemos. Não há contradição: o PM referia-se exclusivamente à produção e exportação de energia eléctrica que fruto de um ano invulgarmente chuvoso e também do crescente contributo das energia eólica. Infelizmente, o défice energético justifica-se pela nossa dependência face aos combustíveis fósseis e nessa matéria o desequilíbrio mantêm-se muito expressivo.