Em finais de Outubro do ano passado escrevia um artigo chamado “Mais retalho a inaugurar lá para quando batermos no fundo da crise?“. Não tinha sido propriamente a primeira (nem a última) vez que havia demonstrado alguma perplexidade com a persistência da aposta em novas grandes superfícies perante as previsíveis nuvens no horizonte bem como perante a evidente saturação do retalho em boa parte do país.
Esta semana, em jeito de epílogo, leio na imprensa que o presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais afirmou que pelo menos 6 dos 10 centros comerciais previstos para este ano não irão abrir tão cedo. Segundo esta peça da Agência Financeira,”Crise trava inauguração de 60% de centros comerciais”, estamos a falar de cerca de 230 mil metros quadrados espalhados por Lisboa, Sintra, Braga, Santa Maria da Feira, Paredes, Vila Nova da Barquinha, que ficam em suspenso até um dia com alguém a arder, para já, com as actuais taxas de juro, talvez ainda apenas em lume brando.