O car sharing é uma expressão inglesa que designa à letra “partilhando o carro” e é uma prática que vai fazendo escola em meio urbano em várias cidades espalhadas pelo mundo. Trata-se de uma iniciativa inspirada pela partilha e economia de recursos particularmente interessante para quem tem de efectuar viagens pendulares regulares e o faz em transporte particular sub-lotado, muitas vezes ocupado apenas pelo condutor.
Mas você está disposto a dar ou receber boleia de um perfeito desconhecido? É aqui que entram os dispositivos de intermediação centrados em redes sociais. A Galp Energia numa inteligente jogada de marketing lançou uma plataforma (a energia positiva) que pretende oferecer os instrumentos indispensáveis para acertar oferta e procura e, de uma forma que me parece para já algo singela, diferenciar a dita oferta e produra com um esquema de classificação de participantes entre amigos e desconhecidos. Para começo de conversa a iniciativa parece-me meritória e provavelmente evoluirá para processos mais sofisticados de acreditação em que à medida em que cada um fôr usando e disponibilizando serviços poderá ser qualificado positiva ou negativamente pelos pares ganhando assim crédito que reforçará de alguma forma a segurança entre desconhecidos.
Tendo trabalhado em grandes empresas e estando correntemente numa instituição que caminha a passos largos para os 200 colaboradores ocorreu-me que este tipo de iniciativa de car sharing poderia ganhar em começar pelas “bases”. As associações de trabalhadores, grupos desportivos e demais associações que existem a muitas empresas poderiam ter um papel decisivo para, por um lado, difundir esta ideia e acertar ao nível micro um mecanismo de partilha e, por outro, numa fase seguinte proceder a contactos com congeneres de empresas vizinahs de modo a criar nucleos locais de acreditação de pessoas de moda a reduzirem o factor risco e simultaneamenteaumentarem a probabilidade de ajustamento entre procura e oferta. Criados estes grupos qualquer plataforma mais genérica poderia ser também utilizada seja ela da Galp Energia ou qualquer outra que venha a ser criada. Fica a dica. Em todo o caso, desconfio que no curto / médio prazo e a bem da nossa saúde física e financeira teremos discriminação de tráfego de acordo com a taxa de ocupação dos veículos pelo que este tipo de iniciativas poderão ajudar algumas pessoas a mudarem com ganho alguns hábitos de vida.
P.S.: E o Mob Sharing da Carris já conhece?
Primeiro de tudo, as pessoas têm de meter na cabeça que num percurso de 5/10 minutos a pé do casa-trabalho têm de deixar o carro em casa.
Essa ideia é boa e, até já foi debatida numa aula de economia, precisamente. Muitos desses veículos que têm somente um passageiro, grande deles são estudantes que têm de ir de carro para a universidade para os colegas saberem que ele tem um carro oferecido pelo papá.
Era uma questão de tempo até este conceito chegar a Portugal e ter a devida aceitação por parte dos automobilistas.
Resta saber se a mudança de mentalidade necessária para tirar partido dos benefícios do car sharing será rápida ou se, à boa imagem de tudo o que é nacional, vai ser demorada e segmentada. Quero acreditar que o optimismo e o bom senso vão imperar, e em breve seremos muitos a contribuir para a melhoria da mobilidade sustentável!
Isso é tudo muito bonito, mas a verdade é que não temos transportes em condições, maus horários, mau serviço.
Só uma correcção técnica.
Carsharing é a partilha da posse do carro, uma espécie de aluguer rápido. É esse o caso do Mob Sharing da Carris.
Carpooling é a partilha da viagem no mesmo carro, o caso da Galp. Infelizmente a Galp confundiu os termos técnicos.