- Quem é que se dedica mais a actividades educativas formais ou informais ao longo da vida?
- Quem são, como se caracterizam, os que não participam de todo em qualquer tipo de actividade formativa?
- Que impacto tem a frequência de acções de formação formais ou informais no desempenho do indivíduo no mercado de trabalho?
O Inquérito à Educação e Formação de Adultos (2007) recentemente divulgado pelo INE (ver aqui) permite encontrar algumas pistas importantes para responder a questões como as acima colocadas, podendo, naturalmente, servir de orientação ao decisor político.
De um leitura rápida podemos verificar que estar inactivo é uma condição fortemente associada a uma baixa participação em qualquer tipo de educação formal ou não formal, a larga distância dos indivíduos empregados e desempregados. Este facto dá, de certa forma, a medida do potencial que poderá estar adormecido em termos de força de trabalho que não tem “ido a jogo” nos últimos anos: muito poucos se têm ocupado de incrementar as suas competências pela via educativa.
Por outro lado, entre aqueles que dos 18 aos 64 anos não praticaram em qualquer tipo acção de aprendizagem (48,2% da população) não se encontraram diferenças significativas entre homens e mulheres, denotando-se contudo uma fortíssima relação inversa entre a prática de acções de aprendizagem e a idade: quanto mais velho menos predisposto a novas acções formativas. Eis a súmula da tipificação dos que se alheiam da formação de acordo com o INE:
“(…) Em traços gerais, o perfil tipo do não participante em actividades de educação ou formação pode definir-se nos seguintes moldes: é um indivíduo com idade superior a 45 anos; com um nível de escolaridade completo que não ultrapassa o 3º ciclo do ensino básico; vive em zonas pouco povoadas; é sobretudo inactivo e, se exerce uma profissão, enquadra-se nos grupos profissionais menos exigentes em termos de qualificações; aufere um nível de rendimentos não superior a 750 euros; não utiliza computador ou Internet; não conhece ou consegue usar outras línguas para além da língua materna e não tem hábitos de leitura de livros ou de jornais.
O percurso educativo formal de cada indivíduo parece não ser negligenciável no seu envolvimento em actividades desta índole. Dos indivíduos cujo nível de escolaridade não ultrapassa o 3º ciclo, 60,7% não participa em actividades de aprendizagem; para os indivíduos com o nível secundário/pós-secundário esta proporção de não participação é de 23,2% e de 14,4% para os indivíduos com nível de ensino superior. (…)”
Quanto ao impacto das várias formas de educação e a sua respectiva frequência numa melhoria na remuneração e/ou do tipo de emprego, ainda que distintos entre os vários tipos de educação possíveis, dão a mesma indicação inequívoca de que para melhorar a situação profissional é melhor continuar a aprender. Para uma análise mais fina o melhor mesmo é passar pelo portal do INE.