O mais importante, extenso, dispendioso e útil inquérito do INE às famílias (infelizmente ainda apenas com periodicidade anual, bem abaixo da referência europeia) foi hoje divulgado na sua versão que contem os dados recolhidos entre 2005 e 2006.
Trata-se do IDEF (Inquérito às Despesas das Famílias, anteriormente designado de Inquérito aos Orçamentos Familiares). Este inquérito contém informação fundamental para o apuramento da estrutura da despesa das famílias (fulcral para o cálculo da inflação), contém informação sobre as condições de vida materiais e subjectivas (auto-avaliação pelas famílias), assim como sobre os rendimentos familiares. A informção permite conhecer estruturas demográficas, permite comparações internacionais, permite afinar e desenvolver estudos detalhados sobre a pobreza, permite calibrar outros inquéritos menos ambiciosos mas mais regulares feitos às famílias, entre outros.
Em suma, permite conhecer melhor o país em que vivemos. Infelizmente, o seu período de referência inicial atrasou-se devido a contingências várias que acabam por já ser habituais e as quais o INE, não sendo inteiramente alheio, acaba sempre por se ver forçado a assumir.
Diria que se repetem os problemas da receita (que teima em não funcionar à primeira), das omeletes, dos ovos e dos caprichos da galinha que os põe. Obstáculos ultrapassados, recomenda-se a leitura; disponível aqui.