No rescaldo da defunta OPA sobre a PT…
A legítima ilacção sobre a situação, por João Pinto e Castro (sublinhados meus):
“(…) Uma das coisas boas do mercado, porém, é que, para que as coisas corram bem, não é preciso haver alguém omnisciente a decidir o que deve ser feito. Entrega-se o caso aos interessados, e eles resolverão o melhor que podem e sabem.
Ora, o que o Governo fez foi impedir que isso pudesse acontecer. É facto que, mesmo que o Estado e a CGD tivessem ambos votado a favor da desblindagem dos estatutos, isso não teria sido suficiente para alterar o sentido do voto. Porém, o Estado não influencia o desenlace de uma operação destas apenas com o seu voto, mas também com os sinais que envia às partes interessadas, e estas entenderam perfeitamente que o Governo não queria ir por ali.
Foi além do mais infeliz a decisão de o Estado se abster ao mesmo tempo que a Caixa votava contra. Toda a gente entendeu como esperteza saloia essa tentativa de simular neutralidade. Ser neutral, neste caso, significaria votar a favor da desblindagem e deixar depois que os potenciais compradores e vendedores fizessem livremente as suas escolhas. (…)”