Martifer lança OPA sobre construtor alemão de turbinas eólicas. Quis o destino que um dos projectos em que participei na minha curta mas intensa experiência de auditoria tivesse sido o de colaborar no processo de avaliação da Martifer encomendado pela Mota-Engil que entretanto viria de facto a adquirir 50% do capital desta empresa.
Foi uma experiência curiosa para um recém licenciado lisboeta: deslocar-se a Oliveira de Frades e contactar com o ritmo regular de uma empresa industrial tendo a oportunidade de ver durante alguns dias como funcionam as relações entre os vários níveis hierárquicos da empresa, bem como o estilo de governação que era implementado numa empresa dinâmica e com cariz marcadamente familiar.
Ao longo deste anos quase 10 anos que mediam entre esse momento e a actualidade fui sempre acompanhando com particular curiosidade as notícias que iam chegando da Martifer. Notícias que reforçaram a minha perspectiva pessoal de que havia ali potencial para uma experiência de sucesso com a combinação entre um grande da construção nacional (em processo de internacionalização acelerado) caldeado pelo empenhamento próprio de quem fez nascer um projecto de raiz e que se mantém como parte determinante para a gestão da empresa. Hoje a Martifer é uma das maiores empresas da Europa no seu sector e tem parceiros estratégicos invejáveis. Recentemente, foi anunciada a entrada para breve da empresa na Euronext e hoje regressa à ribalta com o lançamento conjunto com a indiana Suzlon de uma OPA amigável sobre um parceiro alemão (a REpower Systems) com o qual tem entrado em mercados muito interessantes para a continuação do crescimento da indústria de estruturas de aço e correlacionados.
Espero sinceramente que a Martifer continue a ser um caso sério de sucesso e que vá dando notícias de boa saúde e capacidade de antecipação como tem feito ao longo dos últimos anos.
A Martifer parece uma empresa bem gerida e com uma estratégia bem elaborada. Contudo, pena que se tenha associado a uma Mota Engil, cuja a origem de muitos negócios é no mínimo duvidosa.
Andersson?
Yup!