Classe Média - Dados de 2016

De que falam os prémios nobel da economia?

jornal no deserto

Gary Becker (prémio Nobel da Economia de 1992), que mantem em parceira com Richard Posner o sempre interessante The Becker-Posner Blog, escolheu como tema desta semana a pergunta “Is There a Case for Legalizing Polygamy?” (opinião de Becker aqui e a de Posner aqui).

Esta mania dos economistas em serem generalistas e meterem o bedelho em tudo… E alguns, como estes, ainda têm a desfaçatez de terem olho clínico e treinado para comentar a sociedade. Visita recomendada, como é óbvio. Um excerto para aguçar o apetite.

De Posner:

“Becker has posed an intriguing question: if a woman thinks she would be better off as a second or third (or nth) wife rather than as a first and only wife, or not married at all, why should government intervene and prohibit the arrangement? From an economic standpoint, a contract that makes no one worse off increases social welfare, since it must make both of the contracting parties better off; otherwise they would not both agree to the contract.

The question has achieved a certain topicality because of the movement to legalize homosexual marriage. One of the standard objections to such marriage is that if homosexual marriage is permitted, why not polygamous marriage? The basic argument for homosexual marriage is that it promotes the welfare of homosexual couples without hurting anybody else. That seems to be equally the case for polygamous marriage. (…)”

De Becker

” (…) I have no problem at all with serial polygamy, with allowing gays to have contracts that are equivalent to being married, or to allowing gay couples to be called married. I have much more difficulty with children being raised by gay couples since that form of parenting is a venture into the unknown, but maybe that too is ok. My intent here is not to comment on these practices, but to ask why then does the strenuous opposition to polygamy continue? (…)”

3 comentários

  1. A partir apenas da parte que copiaste, parece-me que o problema da poligamia está precisamente em apenas se falar do casamento de um homem com várias mulheres. Se a poligamia for tomada como o conceito geral de uma pessoa casar com várias do sexo oposto, ou seja, incluindo casamentos de uma mulher com vários homens, ou até, porque não, de várias mulheres com vários homens, até admito que isso nem crie problemas de maior. Quando se fala de poligamia mas esse conceito apenas traduz o casamento de um homem com várias mulheres, isso cria um problema básico, relacionado com a escassez de recursos, neste caso de mulheres. O que é que vão fazer os homens que não conseguirem nenhuma mulher? É que para uns terem várias, terá que haver outros que não terão acessso a nenhuma. E homem que não tem acesso a mulheres vai criar problemas…

  2. Também ainda não tive a oportunidade de ler o artigo.

    Julgo que a questão trata de um mercado de parceiros, será que este não existe já num contexto informal? A questão seria então o que mudaria neste mercado se ele deixasse de ser necessariamente informal. Até agora quem participa neste mercado tem desfrutado de assimetrias de informação em relação ao que faz e ao que se dedica. Como se iriam comportar estes participantes no futuro? Como se iam comportar os novos participantes? Quais os impactos de transformar algo informal em formal e como isso iria mudar as decisões e atitudes dos individuos em relação a este assunto?

    Acho que a questão ficaria melhor colocada se a considerassemos como legalizar um mercado informal.

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