Seguem-se algumas das curiosidades estatísticas prometidas como o Comércio Intracomunitário.
Atentemos à evolução das trocas comerciais com os nossos principais parceiros da União Europeia, baseando-nos nos dados disponibilizados até ao momento pelo INE.
No gráfico seguinte (prima aqui ou sobre a imagem para aumentar) sintetiza-se a situação registada ao longo dos últimos 19 meses, referindo-nos exclusivamente ao universo do comércio intracomunitário na componente de Exportações.
Pode verificar-se que, descontando alguns eventuais efeitos da sazonalidade aqui não corrigida, algumas tendências surgem bem vincadas. Relativamente à Alemanha constata-se que, depois de em 2005 ter perdido relevância enquanto destino para as nossas exportações, tem vindo a recuperar importância durante o corrente ano, fixando-se em Julho num nível superior ao registado nos 18 meses anteriores. A confirmar-se a manutenção desta tendência, bem como a tendência de quebra sucessiva ao longo do período em análise em relação às exportações com destino à França, é plausível que antes do final do corrente ano a Alemanha volte a ser o segundo destino mais importante para as nossas exportações dentro da União Europeia.
Ainda que não tão fulgurante quanto nos meses anteriores, a Espanha lidera destacada a lista dos destinos preferidos para as nossas exportações.
Dito isto convém ter bem presente que se alargarmos o âmbito da análise além das fronteiras das União Europeia concluimos que o peso relativo das troca intracomunitárias tem vindo a perder relevo face às transacções extracomunitárias, representando estas últimas quase 1/4 do total (23,9% em Julho). Sublinhe-se a este propósito que o peso relativo destes dois blocos geográficos do comércio internacional praticamente estabilizou nos últimos quatro meses.
Nos próximos meses, com a redução de algum efeito de base relativo a algumas alterações conjunturais/estruturais (?) das nossas exportações e importações, e com os sinais contrários em termos de aceleração / desaceleração das Exportações e Importações (dependendo do âmbito geográfico que se considere), será particularmente interessante acompanhar qual a evolução espacial e qualitativa do nosso comércio internacional. Já para não falar do seu desempenho e relevância face à evolução do Produto Interno Bruto, naturalmente.
E quanto a Portugal não temos nada para comentar nesta matéria?
Teremos, além do que está implícito, afinal é das exportações portuguesas que se fala. A seu tempo, com ponderação. Os próximos meses serão particularmente instrutivos para tentar perceber o que é conjuntural e o que poderá ser estrutural. Recordo que há muito ruído no ar: petróleo (oscilação de preços e a novidade que é a sua relevância nas exportações de); autoeuropa (novo veículo); GM … Além do ruído político e de um certo afã jornalístico em captar novidades mais ou menos bombásticas.
Obrigado pelo comentário, se quiser ser mais específico…
PLBG são afinal as iniciais do nome do teu primo Pedro Luis Branco Gomes, vou mudar para Pedro Gomes, é mais pessoal.
Antes de mais, estou orgulhoso por ti, Economista activo e “critico” a tudo o que se passa, não caindo na tentação do comodismo e banalização, Parabéns e um abraço.
Agora gostaria também de dar um contributo para esta página, com um comentário fresquinho da minha área, aqui vai:
A Sonaecom solicitou ontem à CMVM que confirme que a Sonaecom está obrigada a lançar a oferta com a contrapartida de apenas EUR9.41 por acção e não a contrapartida de EUR9.50 prevista no anúncio preliminar. Esta solicitação tem em conta que a decisão do lançamento da OPA pela Sonaecom sobre a PT se baseou no pressuposto de que não seriam aprovadas deliberações no sentido de distribuir bens ou reservas em excesso da distribuição de EUR38.5ct por acção, a título de dividendos relativos ao exercício de 2005, e na sequência da aprovação pela Assembleia Geral da PT de um dividendo de EUR47.5 por acção. Caso a CMVM assim não entenda, a Sonaecom solicita que a CMVM autorize a Sonaecom, caso assim venha a ser deliberado pelo seu Conselho de Administração, a lançar a oferta oferecendo uma contrapartida de EUR9.41 por acção e não EUR9.50.
Na opinião do mercado, este pedido é uma forma adicional de a Sonaecom colocar pressão sobre o preço de PT. Parece que, caso se venha a verificar esta redução do preço proposto, que as probabilidades de sucesso da oferta serão mais reduzidas. Com efeito, ficaria surpreendido caso a Sonaecom obtivesse sucesso na OPA a EUR9.50 e mais ainda a EUR9.41. Finalmente, parece-me ser importante referir que esta opção de consolidação do mercado das telecomunicações criada pela Autoridade da Concorrência permite que a Sonaecom a PT se apropriem, com um valor de EUR1.5bn e que seja pouco provável que esta opção não venha a ser exercida pelos players em causa.
Pedro Gomes
Ora, ora! Bem me parecia que as iniciais não me eram estranhas! Obrigado, ainda me deixas encavacado.
Vou passar a editar uma categoria com a opinião dos leitores. Que tal? Aproveito o teu comentário para a estreia.