A Casa do Azeite, entidade patronal que reúne mais de 60 empresas portuguesas do sector, revela que nos próximos anos Portugal, actualmente o 5º maior produtor mundial de Azeite, deverá atingir a auto-suficiência na produção de azeite. Em 2010, pela primeira vez em muitas décadas registou-se uma saldo da balança comercial de azeite positivo (159 milhões de euros exportados para 158 milhões de euros de importações). As exportações terão crescido em volume cerca de 37%, merecendo particular destaque o aumento significativo das exportações para o Brasil, actualmente o principal mercado de destino das exportações de azeite.
Segundo a Casa do Azeite, as mais de 47 mil toneladas exportadas em 2010, são consequência de um investimento continuado ao nível da plantação de olival e da modernização do sector. Sendo certo que o aumento das exportações verificado em 2010 se trata de um valor muito significativo, destaca-se que nos últimos 5 anos as exportações têm registado um crescimento médio anual de cerca de 20% em volume, o que revela tratar-se de uma situação sustentada, sendo as exportações hoje equivalentes ao dobro do que se registava em 2006.
Note-se que apesar do crescimento de exportações registado, em termos nacionais, o país só agora se está a aproximar da auto-suficiência em termo estruturais (taxa de cobertura deve rondar os 70%). Notem que o azeite é armazenável pelo que pontualmente, mesmo com produção deficitária, é possível que se registem situações mais equilibradas ao nível da balança comercial (além de um eventual efeito-preço).
Em todo o caso, a expectativa é que o retorno do investimento em curso venha a alterar definitivamente esta situação nos próximos anos. Sublinhe-se que a transformação em curso está a ocorrer em ambiente fortemente concorrencial, sendo contemporâneo com a redução do preço do azeite.
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