Qualquer economista sem pressão política em cima saberia que mandava a prudência não embandeirar em arco quando a taxa de desemprego começou a diminuir, algo inesperadamente, há alguns meses. Parecia ser demasiado precoce face a uma actividade económica tão incipiente sendo como tal difícil de explicar. Hoje esse economista cauteloso não teria grandes dificuldades em contextualizar os números que o INE acaba de divulgar. Naturalmente que não será assim se fez da recuperação do desemprego um aspecto fulcral para certificar a retoma económica, eventualmente com o fito de alavancar a confiança dos agentes económicos.
De qualquer das formas e independentemente da maior ou menor gravidade imediata desta inversão do desemprego para a gestão da política económica e das expectativas, é legítimo perguntar e é importante tentar responder (principalmente se se confirmar esta tendência nos meses futuros) o que quer dizer este aumento do desemprego? Para já, eis os factos relativos ao 4º trimestre divulgados pelo INE às 15 horas.
“A taxa de desemprego estimada para o 4º trimestre de 2006 foi de 8,2%. Este valor é superior ao observado no período homólogo de 2005, em 0,2 pontos percentuais (p.p.), e ao observado no trimestre anterior, em 0,8 p.p.. A população desempregada foi estimada em 458,6 mil indivíduos, verificando-se um acréscimo de 2,5%, face ao trimestre homólogo, e de 9,9%, em relação ao trimestre anterior. O número de empregados aumentou 0,2%, quando comparado com o mesmo trimestre de 2005, e desceu 0,9%, relativamente ao trimestre anterior.
Em média, em 2006, a taxa de desemprego foi de 7,7%, o que se traduziu por um acréscimo de 0,1 p.p. face ao ano anterior. A população desempregada situou-se em 427,8 mil indivíduos, tendo aumentado 1,3% em relação ao ano anterior. A população empregada registou um acréscimo anual de 0,7%. (…)”
Mais detalhes no sítio do costume. Recordo que há também informação numérica disponível facilmente trabalhável por via de uma qualquer folha de cálculo.
Para o mês vai desparar ainda mais.