O encerramento da fábrica da Opel da Azambuja, terá no decorrer do ano de 2007, um conjunto de impactos, que qualquer analista deverá ter em conta.
- A perda de 1.200 postos de trabalho directos e 4.000 postos de trabalho indirectos. Na sua totalidade, o impacto destes postos de trabalho na taxa de desemprego sofrerá um aumento de 1,30%. No entanto, este impacto, poderá a seu tempo ser mitigado, com a criação líquida de emprego na zona do eixo Vila Franca de Xira- Santarém.
- Aos 5.200 postos de trabalho, deixaram de ser pagos anualmente cerca de 81,2 milhões de euros de salários, sendo que sobre estes salários que deixaram de ser pagos :
- Existem cerca de 26,5 Milhões de Euros de contribuições para a Segurança Social que deixam de ser realizadas, e 17 Milhões de Euros de IRS a título de retenções na fonte que não entrarão nos cofres do fisco.
- Como os trabalhadores têm direito a subsídio de desemprego, mesmo com a nova lei em vigor, existe a extinção do posto de trabalho, o montante de subsídio de desemprego, a ser pago ascenderá anualmente a 91 Milhões de Euros.
- Assim, o custo efectivo total do Estado com o encerramento da Opel da Azambuja, será em 2007 de 134 Milhões de Euros.
Há no entanto um impacto maior e que não tão vísivel financeiramente. A Opel da Azambuja, representava sensívelmente 3,20 % das exportações portuguesas, que deixam de facto de acontecer. Como as exportações portuguesas são anualmente de 30 mil milhões de euros, então é um facto que deixam de existir 960 milhões a menos de exportações realizadas. Para além do agravamento das necessidades de financiamento externo, decorrentes do aumento do défice da balança comercial.
O impacto no PIB do “desaparecimento” de 960 milhões de euros das exportações, é de um menor impacto do contributo das exportações para o PIB, cujo efeito “Opel Azambuja” será de menos 0,65 % de crescimento do PIB. Por exemplo, se o efeito fosse sentido na integra em 2007, em vez da economia crescer como previsto 1,80 %, apenas cresceria 1,15 %.
Sintomático e assustador.
Não te esqueças de componente importada dessas exportações. Felizmente era muito maior na Opel do que, por exemplo, na Autoeuropa. Daí também o susto não ser tão grande – em princípio.
Então não é um sato qualitativo deixar de fazer pópós e passar a fazer jactinhos? http://semanal.expresso.clix.pt/2caderno/economia/artigo.asp?edition=1789&articleid=ES246526