Valor para a inflação prevista para 2024 já foi atingido em junho

O valor para a inflação prevista para 2024 já foi atingido em junho e isso pouco nos diz de definitivo sobre a qualidade da previsão para o fim do ano.

De facto, o Banco de Portugal antecipou nas suas “Projeções Macroeconómicas para 2024, 2025 e 2026 – Portugal” que o valor para a taxa de variação média anual dos preços harmonizados no consumidor, em Portugal, seria, em 2024, de 2,5% e esse é o valor que o INE revela ter sido registado no índice de preços no consumidor.

Os indicadores usados pelo INE e pelo Banco de Portugal são muito parecidos e raramente se distinguem e, quando tal acontece, a diferença costuma ficar-se por uma décima pelo que são comparáveis. Assim, temos esta realidade de que em junho, na sequência de uma descida que se verifica há vários meses, se atingiu o valor de 2,5% para a variação média anual dos preços em Portugal.

Para que o ano venha a fechar neste número é assim provável que a inflação ainda possa subir e descer ao longo do ano e esse cenário, à luz da informação mensal que tem sido captada pelo INE é verosível. Por exemplo, a taxa de variação homóloga, que compara junho de 2023 com junho de 2024 e que acaba por ser uma das parcelas que é usada para o cálculo da variação média anual, fixou-se nos 2,8%, um valor superior à média de 2,5% mas inferior à variação homólogo que se registava há um ano, valor esse que os dados de junho de 2024 vieram a substituir nas contas da variação média anual.

É assim permaturo criticar a projeção do Banco de Portugal (divulgada no início de junho de 2024), sabendo-se que haverá ainda feitos de base relevantes ao longo dos próximos meses, bem como sinais de ajustamento em baixa nos produtos alimentares não transformados e alguma pressão em alta nos produtos energéticos.

Desta feita, a nossa análise fica-se por aqui: 2,5% no fim do ano ainda é uma boa projeção à luz da informação existente em junho.

 

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