O Boletim Económico de outubro de 2024 do Banco de Portugal revela uma previsão de desaceleração da atividade económica concentrada, essencialmente no ano de 2024. Neste artigo apresentam-se as principais previsões macroeconómicas para 2024, 2025 e 2026 conforme forma atualizadas pelo Banco de Portugal.
A expectativa é agora que o PIB cresça 1,6% e não os 2,0% esperados anteriormente (junho de 2024).
Para 2025, a previsão também é inferior ainda que a revisão em baixa seja de apenas duas décadas, para os 2,1%, ainda assim uma recuperação face a 2024.
Finalmente, para 2026 mantém-se a projeção avançada em junho de 2024, esperando-se que o PIB cresça 2,2%.
O mercado de trabalho continua resiliente mas a dar os primeiros sinais de estabilização e arrefecimento em Portugal e na Europa. O emprego continuará a crescer nos próximos anos mas mais lentamente. A taxa de desemprego deverá manter-se estável em torno dos 6,4%, um valor abaixo da taxa natural de emprego para a economia portuguesa.
Quanto ao investimento, o Banco de Portugal sublinha que este deixou de crescer, tendo estagnado em 2024, esperando-se que a nível europeu o investimento continue estagnado em 2025.
A inflação foi revista ligeiramente em alta esperando-se que em 2024 feche o ano em 2,6%, devendo cair para 2,0% em 2025 e 2026.
As previsões continuam a assinalar como provável que a economia portuguesa continue a crescer mais depressa do que a União Europeia devendo continuar a convergir. Assinala inclusive que poderá haver risco de sobreaquecimento da economia portuguesa.
Por outro lado, o Banco de Portugal alerta para o ritmo de crescimento recorde da despesa pública que está a ocorrer numa fase positiva do ciclo económico, sendo, como tal, pró-cíclica o que não é recomendável do ponto de vista da estabilização dos ciclos económicos.
Assinala, ainda que poderemos vir a ter um cenário mais negativo a nível europeu que poderá vir a contagiar a economia portuguesa.
O Banco de Portugal assinala ainda uma forte dinâmica dos salários com crescimentos reais nos últimos anos, com exceção de 2022.
A expectativa é de que o crescimento real dos salários abrande mas se mantenha positivo até 2026 (horizonte máximo da previsão).
Ainda no mercado do trabalho, o Banco de Portugal sublinha a importância da captação de profissionais de nacionalidade estrangeira (imigrantes) para suprir as necessidades em vários setores de atividade, contribuindo assim para um crescimento económico positivo e continuado.
Como consequência da evolução positiva dos salários e do crescimento económico, o rendimento disponível tem também aumentado.
O governador do Banco de Portugal deixa um alerta veemente na sua declaração de apresentação do Boletim Económico: este é o momento de se constituirem reservas económicas, poupanças, para o futuro.
Assinala como positivas as intenções de reforço de poupança apuradas junto dos consumidores, independentemente do seu nível de rendimento.
O governador do Banco de Portugal apontou com veemência a necessidade de, neste momento, poupar, poupar, poupar. Conselho que deixa para as famílias, para as empresas e para o Estado.
Previsões Macroeconómicas para 2024, 2025 e 2026
