Os dados da inflação relativos a janeiro de 2022, já abordados aqui, merecem uma segunda análise agora que estão disponíveis os dados para a maior parte das economias da Zona Euro. E uma primeira constatação é a de que Portugal tem a segunda inflação mais baixa da Zona Euro, se considerarmos de quanto foi a subida dos preços entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022 no conjunto dos países.
A inflação homóloga em Portugal, relativa a janeiro de 2022, foi de 3,4% (IHPC) valor apenas ligeiramente superior ao registado em França (3,3%) e idêntico ao apurado na Finlândia.
Nos restantes países houve aumentos dos preços de 6,1% em Espanha, 5,1% na Alemanha ou uns muito expressivos aumentos de 12,2% na Lituânia e 11,7% na Estónia.
Inflação dá sinais de desaceleração em algumas das principais economias da UE
Outro aspetos muito significativo é que a inflação homóloga desacelerou em algumas das principais economias. Desacelerou uma décima na França, mas também 6 décimas na Alemanha e 5 décimas na Espanha.
Das maiores economia da União a Itália surge em desalinho tendo a taxa de inflação homóloga acelerado de 4,2% para 5,3% entre dezembro e janeiro.
Ao todo dos 18 países que divulgaram dados, a inflação desacelerou em seis deles o que, pelo peso destas economias, foi suficiente para que a evolução dos preços a nível da Zona Euro se mantivesse com uma aceleração moderada pelo segundo mês consecutivo subindo apenas uma décima para se fixar, em janeiro de 2022, nos 5,1% (recorde-se, compara com 3,3% em Portugal).
Preços da Energia continuam, destacados, a justificar a aceleração da inflação
Os dados compilados pelo Eurostat permitem aferir a evolução das grnades classes de despesa e continua a ser evidente que são os preços da energia que estão a justificar, em larga medida, o atual nível de preços. Em janeiro, para um aumento médio de 5,1% no conjunto dos preços junto do consumidor, a inflação associada ao produtos energéticos foi de 28,6%, uma aceleração face a dezembro (25,9%).
Nas restantes 8 categorias de despesas, com exceção dos bens alimentares não transformados (5,1%) todas estão a registar crescimentos inferiores a 4% e cinco delas crescimentos inferiores a 3%. A inflação subjecente (sem energia e alimentos não transformados) registou um aumento de preços que é inferior a metade do inflação geral (2,5% que compara com 5,1%).
Os sinais são assim de que ainda há um problema ao nível dos produtos energéticos e de que há evoluções muitos dispares dentro da Zona Euro, com a relativa boa notícias de que a pressões inflacionistas estão a surgir moderadas em algumas das principais economias, não estando a transmitir-se rapidamente a todos os setores económicos.
Um tema a acompanhar nos próximos meses.