Os dados de junho de 2020 referentes ao Boletim Estatístico divulgados pelo Banco de Portugal revelam que o nível dos depósitos bancários está a crescer ao ritmo mais acelerado em cerca de quatro anos.
Portugueses têm o equivalente a 74% do PIB em depósitos
Considerando que o PIB a preços de mercado, no final de 2019, foi de €212 253,9 milhões e que em junho de 2020, os bancos a operar em Portugal, segundo estatísticas do banco central, tinham €157 500 milhões em depósitos bancários, a conta é fácil de fazer: o total de depósitos correspondia a 74%, quase três quartos, da riqueza total produzida no país no último ano.
Convém sublinhar que estes números decorrem de uma tendência de crescimento dos depósitos iniciada entre o final de 2017 e o início de 2018. Estando os depósitos a crescer ao ritmo mais elevado desde 2016. Segundo o Banco de Portugal, a taxa de variação anual em junho de 2020, fixou-se nos 6,2%, acelerando 0,5 pontos percentuais face à registado no ano terminado em maio de 2020. Um nível de crescimento que há-de comparar com uma evolução negativa do PIB no período, provavelmente da mais negativas de que há registos no país.
A armadilha da poupança
O cenário de forte incerteza económica e de evidente redução da atividade, já patente em múltiplos setores, estará a levar os portugueses a aprofundar a tendência de recorrer aos depósitos como forma de parquear poupanças, tendência que, como dissemos, era já anterior à pandemia em que vivemos à data em que escrevemos este artigo.
Note-se que se é certo que a nível individual este comportamento que poderá estar associado a um adiamento das decisões de consumo e de investimento, reforçando a poupança, é inteiramente compreensível e justificado, o efeito agregado na economia poderá ser dramático, no sentido de aprofundar uma crise económica que será já de si grave.
Quem tem já poupanças consolidadas e poder de compra garantido (pouca instabilidade laboral, e reservas financeiras para largos meses) idealmente não deveria reforçar a poupança nesta conjuntura, mas pelo contrário ponderar aproveitar oportunidades de negócio e procurar antecipar investimento e consumo, em especial que saiba ser inevitável.
O equilíbrio é complexo pois para muitas famílias, a constituição de uma reserva de poupança é naturalmente uma questão fundamental, mas poderá não ser a melhor opção coletiva para todos se também for perseguida por quem, na realidade, será dos menos afetados por esta crise.
Entretanto, não deixe de consultar a nossa página sobre os Melhores Depósitos a Prazo em Portugal. Tendo que recorrer aos depósitos, mais vale analisar o mercado e procurar identificar alguma opção que lhe dê algum retorno, ainda que, necessariamente, pequeno.
Se juntarmos ao valor dos depósitos o valor dos Certificados de Aforro em 30JUN2020 = € 12 122 milhões e o dos Certificados do Tesouro na mesma data = € 17 046 milhões, o equivalente ao PIB passará dos 74% refereidos, para 88%, s.m.o.
Luís M.
Metais, preciosos, Imobiliário, Acções, em Empresas sustentáveis (dividendos, muito superiores, a qualquer DP) Isto, é minha opinião, momentânea !!! o Futuro, é muito incerto ! Recordo ocorrências, na última década !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se os depósitos a prazo tivessem uma taxa mais atractiva, os aforadores talvez se sentissem mais confiantes e motivados a fazer investimento e com a confiança mais alargada. Perante o cenário actual de taxas negativas essa confiança obriga à contenção, seguramente que o meu “feelling”não deve ser exclusivo da minha pessoa…No passado quando as taxas de juro eram atractivas a motivação para investir era completamente diferente e o incentivo e impulso na economia era outro…Falo por mim.