Segundo dados do INE referentes aos inquéritos mensais de conjuntura que apuram as opiniões de uma seleção amostral representativa dos empresários que gerem as empresas dos principais setores de atividade económica nacional, a confiança dos empresários aumentou em julho de 2020.
Quando consideradas de forma agregada através do Indicador de Clima, estas opiniões revelam que julho é terceiro mês consecutivo de recuperação, depois de ter registado mínimos históricos em abril.
Confiança dos empresários – Julho 2020
Os resultados e a análise destes feita pelos técnicos do INE indica que a confiança dos empresários confirma recuperação, ao constatar-se que, em julho, foi transversal aos quatro grandes setores de atividade – Indústria Transformadora, Comércio, Construção e Serviços. Entre junho e julho (nalguns setores entre maio e julho) o cenário foi assim de afastamento dos mínimos históricos provocados pelo pico das consequências da pandemia.
Destaque-se, contudo, que apesar da recuperar significativa, o nível do Indicador de Clima, que sintetiza a evolução dos quatro setores, está ainda num nível baixo, sendo preciso recuar a agosto de 2013 para encontrar um valor mais desfavorável, na série histórica do INE (valores efetivos, sem correção de sazonalidade – ou em alternativa maio de 2013 para valores corrigidos da sazonalidade e em médias móveis de três meses).
Apesar da recuperação o setor dos serviços, este é aquele onde a confiança se encontra ainda mais próxima de mínimos históricos. O da construção, pelo contrário, é aquele que está mais próximo dos valores médios dos últimos anos.
Recuperação da confiança nos consumidores com sinais mistos
Entre os consumidores, maio e junho foram meses de clara recuperação da confiança. Julho trouxe alguma degradação se considerarmos os valores efetivos sem qualquer correção ou alisamento matemático. O nível de confiança registado em julho ficou algures entre o ligeiramente melhor valor de junho e o valor de maio. Entre as quatro componentes que contribuem o indicador de confiança dos consumidores apuraram-se andamentos diferentes entre junho e julho tal como destaca o INE:
“[A evolução global do indicador] resultou dos contributos negativos das perspetivas relativas à evolução futura da situação económica do país e das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar. Em sentido contrário, as expectativas relativas à realização de compras importantes e à evolução da situação financeira do agregado familiar contribuíram positivamente.”
Indústria Transformadora – confiança em julho de 2020
INE:
“O aumento do indicador refletiu os contributos positivos de todas as componentes, apreciações relativas à evolução da procura global, perspetivas de produção da empresa e opiniões sobre os stocks de produtos acabados. Nos últimos dois meses, o indicador aumentou expressivamente no agrupamento de “Bens Intermédios”, após ter atingido o mínimo da série em maio. Nos restantes agrupamentos, “Bens de Consumo” e “Bens de Investimento”, o indicador recuperou entre maio e julho.”
Construção e Obras Públicas – confiança em julho de 2020
INE:
“A recuperação do indicador nos últimos dois meses refletiu o significativo contributo positivo de ambas as componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego. A recuperação do indicador verificou-se em todas as divisões, “Promoção Imobiliária e Construção de Edifícios”, “Engenharia Civil” e “Atividades Especializadas de Construção”, de forma mais acentuada em julho no primeiro caso.”
Comércio por Grosso e a Retalho – confiança em julho de 2020
INE:
“Esta evolução [positiva] refletiu o expressivo contributo positivo das opiniões sobre o volume de vendas, suspendendo o forte agravamento verificado a partir de abril que originou em junho um novo mínimo da série. As perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses também contribuíram positivamente, recuperando totalmente do mínimo histórico da série observado em abril, enquanto as apreciações relativas ao volume de stocks apresentaram um contributo nulo. Por subsector, o indicador de confiança aumentou nos últimos dois meses de forma mais acentuada no “Comércio por Grosso” que no “Comércio a Retalho”.”
Serviços – confiança em julho de 2020
INE:
“O comportamento do indicador no último mês resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas sobre a evolução da procura, opiniões sobre a atividade da empresa e apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas. Nos últimos dois meses, o indicador de confiança aumentou em todas as secções, destacando-se as secções de “Transportes e Armazenagem” e de “Atividades Administrativas e dos Serviços de Apoio”, que registaram os maiores aumentos em julho.”
Mais detalhes no sítio do INE.