Investimento das empresas acelera para 6,5% em 2016 o que, face às intenções declaradas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento do 1º semestre de 2016 (ver “Investimento deve disparar em 2016 (INE)“) constitui a confirmação da magnitude do investimento projetado logo no início de 2016 pelos empresários e ainda uma ligeira aceleração de 6,0% para 6,5%.
Recorde-se que a primeira estimativa de crescimento do investimento empresarial apurada pelo INE (em outubro de 2015) apontava para um crescimento de apenas 3,1%.
Este é também o primeiro momento em que se inquire sobre as intenções de investimento de relativas a 2017 e aqui o cenário continua a ser de crescimento mas de pouco mais de metade do previsto para 2016: 3,8%.
Investimento das empresas acelera para 6,5% em 2016
A tabela seguinte extraída do destaque à comunicação do INE revela com ose decompõe o investimento por setores de atividade, tanto em 2016 quanto o que se espera para 2017 (ver colunas com o cabeçalho “Variação”).
Em 2016, sublinha-se o forte crescimento do investimento em transportes e armazenagem (+38,4%) e também na Indústria transformadora (+11,2%) em especial entre as que se dedicação à exportação (+22,1%).
Entre os setores com menos relevo na estrutura produtiva mas que registam maiores crescimentos no investimento merecem referência as Atividades de Consultoria e Serviçso de Apoio (+25,7%), as Atividades Imobiliárias (+16,1%) e as Atividades Financeiras e de Seguros (+14,7%). Os restantes setores de atividade registaram ou crescimentos inferiores à média da economia (6,5%) ou memso quedas.
Entre estes últimos a principal referência vai para as atividades de Captação, Tratamento e Distribuição de Água, Saneamento Gestão de Resíduos e Despoluição (-15,4%), um setor que, curiosamente antecipa um forte crescimento em 2017 (+110,2%) seguida da Eletricidade, Gás, Vapor, Água Quente e Fria (-6,9%) e do Alojamento, Restauração e Similares (-4,6%).
Destaques do INE
Eis alguns destaque adicionais do INE sobre este sempre interessante inquérito quantitativo e qualitativo que o INE atualiza duas vezes por ano:
- Considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, são de destacar as empresas pertencentes ao 4º escalão (500 ou mais pessoas ao serviço) por registarem o contributo positivo mais significativo (4,8 p.p.) para a variação do investimento em 2016, refletindo um acréscimo de 12,3% (ver tabela 3).
- Em sentido oposto, as empresas do 1º escalão (menos de 50 pessoas ao serviço) apresentaram um contributo nulo, em resultado de uma variação ligeiramente negativa (-0,2%). Para 2017, os resultados do presente inquérito apontam para uma taxa de variação do investimento empresarial de 3,8%.
- O crescimento da FBCF em 2017 deve-se ao contributo positivo das empresas pertencentes ao 4º escalão (2,8 p.p.), em resultado de uma variação de 6,8% e, em menor grau, das empresas do 3º escalão (entre 250 e 499 pessoas ao serviço), com um crescimento de 6,6% (contributo de 1,0 p.p.) e das empresas do 2º escalão, com uma taxa de variação de 3,6% (contributo de 0,6 p.p.). Em sentido contrário, as empresas do 1º escalão apresentaram um contributo negativo de 0,6 p.p., em resultado de uma redução de 2,5% do investimento.
- A desaceleração do investimento empresarial entre 2016 (6,5%) e 2017 (3,8%) (diferencial de 2,7 p.p.) é determinada principalmente pela evolução nas empresas pertencentes ao 4º escalão de pessoal ao serviço, que passam de um contributo de 4,8 p.p. em 2016 para 2,8 p.p. em 2017, refletindo taxas de variação de 12,3% e 6,8% em 2016 e 2017, respetivamente.
- Entre os objetivos do investimento, perspetiva-se, entre 2016 e 2017, uma redução da importância relativa dos investimentos orientados para a substituição, para a extensão da capacidade de produção e para outros investimentos, enquanto o investimento associado à racionalização e restruturação verá o seu peso relativo aumentar.
- O investimento de extensão da capacidade de produção destacou-se por ser o mais referido em ambos os anos.
- O principal fator limitativo do investimento empresarial identificado pelas empresas nos dois anos analisados foi a deterioração das perspetivas de venda, seguindo-se, em 2016, a insuficiência da capacidade de autofinanciamento e, em 2017, a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos.
- Entre 2016 e 2017 prevê-se um aumento do peso relativo da deterioração das perspetivas de venda e da dificuldade em obter crédito bancário e uma redução do peso relativo da capacidade de autofinanciamento.
Pode consultar mais informação sobre este tema acompanhado a tag Inquérito de Conjuntura ao Investimento.