Dezassete anos: é preciso recuar a março de 2000 para encontrar um nível de confiança dos consumidores superior ao registado pelo INE em março de 2017. Mas não é só entre os consumidores que estes indicadores qualitativos estão a atingir valores máximos de vários anos. Por exemplo, entre os empresários do setor da construção e obras públicas, é preciso recuar a 2008 para encontrar níveis de confiança comparáveis. Em suma, consumidores e empresários voltam a aumentar níveis de confiança em março 2017.
A informação do INE relativa ao Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores revela que em nenhum dos setores acompanhados se registou uma degradação dos níveis de confiança. A Indústria Transformadora apresentou uma estabilização pelo segundo mês consecutivo enquanto que na Construção e Obras Públicas, no Comércio e nos Serviços se repetiram acréscimos dos níveis de confiança.
O indicador de clima sintetiza os indicadores de confiança dos quatro setores só não incluindo o indicador de confiança dos consumidores. Este indicador permite ter uma imagem sintética do sentimento económico. Em março de 2017, registou o terceiro aumento consecutivo.
Quanto aos consumidores, destaca-se que todos as quatro componentes do indicador de clima registaram um incremento, tendo-se destacado em especial as expectativas sobre o desemprego para os próximos meses, tendo a série atingido o máximo de 1997. Aliás, os níveis de confiança para vários indicadores relativos aos agregados familiares estão em máximos históricos. Eis um excerto da nota do INE:
Situação económica do país
O sre das opiniões sobre a evolução da situação económica diminuiu ligeiramente em março, após ter atingido em fevereiro o valor máximo da série, iniciada em setembro de 1997, na sequência da trajetória positiva verificada desde dezembro de 2012. O saldo das expectativas relativas à situação económica do país aumentou no mês de referência, prolongando o movimento ascendente observado desde setembro e renovando o valor máximo desde dezembro de 1999.
Situação financeira do agregado familiar
O saldo das apreciações sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar aumentou nos últimos quatro meses, prolongando o perfil positivo iniciado em junho de 2013 e atingindo o valor mais elevado desde outubro de 2000. O saldo das perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar aumentou ligeiramente em março, prolongando a trajetória positiva observada desde o início de 2013 e renovando o valor máximo desde maio de 2000.
Poupança
As opiniões sobre a evolução da poupança no momento atual e as expectativas sobre a evolução da poupança recuperaram em março, prolongando os movimentos ascendentes iniciados em setembro e julho respetivamente.
Realização de compras importantes
O sre das apreciações sobre a realização de compras importantes diminuiu no mês de referência, após ter aumentado em fevereiro. Por sua vez, o saldo das expectativas de realização de compras importantes estabilizou em março, depois de ter aumentado nos três meses precedentes.
Desemprego
O saldo das perspetivas relativas à evolução do desemprego diminuiu nos últimos sete meses, de forma mais expressiva desde novembro, renovando o valor mínimo da série iniciada em setembro de 1997.
Quanto aos setores empresariais damos ainda nota de que as expectativas para os próximos meses indiciam uma situação ainda melhor do que a a avaliação feita do presente.
Mais detalhes, por setor e subsetor, no INE.