O PIB do primeiro trimestre de 2016 foi revisto em alta pelo Instituto Nacional de Estatística na difusão das Contas Nacionais Trimestrais na sua primeira versão completa. O PIB cresceu 0,9% em termos homólogos e 0,2% face ao trimestre anterior. Na sua estimativa rápida que se suportava numa fração da informação agora utilizada o INE tinha estimado uma crescimento do PIB de 0,8% em valores homólogos e de 0,1% em cadeia.
PIB do primeiro trimestre de 2016
O PIB manteve assim o ritmo de crescimento que já trazia do último trimestre de 2015 em cadeia (0,2%) e manteve também a tendência de desaceleração na variação registada desde o segundo trimestre de 2015 em termos homólogos.
Olhando para os contributos para a evolução do PIB constata-se que o PIB do primeiro trimestre de 2016 cresceu à conta do contributo da procura interna (+2,0%) que esteve, ainda assim a desacelerar face ao trimestre anterior (+2,4%). Para esta desaceleração o INE destaca a ” redução do Investimento, uma vez que o consumo privado acelerou e o consumo público manteve o ritmo de crescimento do trimestre anterior”.
Dito isto, sublinha-se que o crescimento do procura interna foi mais do que suficiente para compensar a queda da procura externa líquida (-1,1%). Ao nível da procura externa destaca-se a desaceleração tanto das exportações como das importações de bens e serviços.
Sobre o aumento do consumo privado convém referir que uma boa parte deste se deveu à compra de veículos automóveis que se poderá ter concentrado por efeitos fiscais no período anterior à entrada em vigor do Orçamento do Estado de 2016 o que não só dinamizou o consumo privado como também a importações de bens que, de outra forma, poderiam ter sido mais modestas. É natural que possa haver alguma alteração significativa no segundo trimestre, neste particular até porque, os dados das vendas de automóveis em abril já sinalizam um forte desaceleração.
Um dos dados menos animadores será a evolução do investimento que está em queda (-0,6% em termos homólogos) muito à conta da evolução negativa registada no setor da construção (-3,9%).
Quanto aos ganhos em relação aos termos de troca este manteve-se significativo mais foi o mais baixo desde, pelo menos, o primeiro trimestre de 2015. Os termos de troca dependem essencialmente da taxa de câmbio e da evolução dos preços das nossas exportações e importações (muito dominadas pelos produtos petrolíferos).
Confronte estes dados com as projeções macroeconómicas para 2016.