A inflação fixa-se nos 0,7% em abril de 2016 (variação média dos últimos 12 meses) depois de a variação homóloga ter acelerado dos 0,4% em março para 0,5% em abril. O indicador de inflação subjacente, que difere do índice de preços no consumidor (IPC) global por dele serem excluídos os produtos alimentares não transformados e energéticos, teve uma variação homóloga de 0,8% (1,0% no mês anterior). Ou seja, daqui e sem mais dados se deduz que ou os combustíveis ou os produtos alimentares não transformados, ou ambos, estão a contribuir para uma evolução mais moderada dos preços no consumidor. No caso concreto, o INE revela que combustíveis e produtos alimentares evoluíram de forma completamente oposta:
O agregado relativo aos produtos alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 1,2% em abril (-0,4% em março), enquanto o índice referente aos produtos energéticos apresentou uma taxa de variação de -3,0% (-3,4% no mês anterior).
É assim possível afirmar que sem a forte redução do preço dos combustíveis (em termos homólogos), a taxa de inflação estaria a convergir para um valor próximo de 1% em vez de estar a convergir para 0,5% como sucede na realidade.
Note-se que a partir de julho de 2016 ocorrerá uma redução significativa nos preços das refeições (IVA da restauração) pelo que haverá por aí uma pressão já antecipável no sentido da descida do IPC.
Ainda detalhando a evolução homóloga destacamos:
Nas classes com contribuições negativas para a variação homóloga do IPC salientam-se a dos Transportes (classe 7) e da Saúde (classe 6), devido sobretudo à redução dos preços do sub-subgrupo dos combustíveis e dos sub-subgrupos dos Serviços Médicos e Hospitalares devido às alterações verificadas nas taxas moderadoras. As classes com contribuições positivas mais relevantes foram a dos Restaurantes e Hotéis (classe 11) e a das Comunicações (classe 8).