O INE confirma crescimento de 1,6% no PIB relativo ao 3º trimestre 2016 quando comparado com o período homólogo. Os dados provisórios a 60 dias confirmam a estimativa rápida a 45 dias: o PIB está em aceleração.
Esta aceleração é visível na variação homóloga que passou de 0,9% para 1,6% nos últmos dois trimestres conhecidos face aos comparáveis de 2015, mas é também constatável na variação em cadeia que acelerou de 0,3% entre o 1º e o 2º trimestr de 2016 para 0,8% entre o 2º e o 3º trimestres de 2016.
Porque cresceu o PIB:
O INE destaca que o PIB cresceu pela conjugação de dois contributos essenciais. Por um lado o aumento do contributo da procura externa líquida, que passou de 0,1 pontos percentuais para 0,7 entre o 2º e o 3º trimestre (fruto da aceleração nas exportações superior à das importações). Por outro lado, a própria procura interna, motor mais frequente do crescimento do PIB nos trimestres mais recentes, também acelerou ligeiramente (de 0,8 para 0,9 pontos percentuais) como consequência de um consumo privado mais dinâmico. Ao efeito combinado destas duas parcelas junta-se, em sentido contrário, uma diminuição mais acentuada do investimento, penalizado pela quebra na variação de existências e por uma recuperação lenta do investimento em máquinas e equipamentos.
Os F16:
No terceiro trimestre de 2016 as exportações terão sido incrementadas por via de um efeito singular e raramente repetível: Portugal exportou vários caças F16. Note-se contudo que estes aviões foram igualmente abatidos ao efetivo tendo penalizado o investimento.
Na prática, co mesta venda, as exportações cresceram cerca de 0,4 décimas acima do que teria sucedido sem ela e o investimento teria tido uma evolução menos negativa (-0,5% em vez de -1,5%).
Em termos globais, o impacto no PIB terá sido nulo, respeitando-se assim a convenção contabilística em vigor para o material militar.
Durante os próximos meses estão agendadas vendas adicionais de F16 que ao todo deverão prefazer um montante igual ao que foi registado no 3º trimestre de 2016.
Sobre este tema destacamos ainda esta peça do Jornal de Negócios (clique para aceder).
A contrução:
O setor da contrução foi dos que impediu uma evolução mais favorável no PIB e permanece, pelo impacto que tem no investimento, como um forte condicionante a que o crescimento atinja uma evolução mais robusta. O INE destaque:
“O comportamento da FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo] em construção explicou, em grande medida, a diminuição da FBCF total verificada no terceiro trimestre, registando uma variação homóloga de -3,7% em termos reais, após ter diminuído 3,8% no 2º trimestre”
Em meados de fevereiro de 2017, o INE divulgará a primeira estimativa referentes aos dados do 4º trimestre de 2016.