É preciso recuar a abril de 2015 para encontrar um valor da taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor inferior aos 0,6% que o INE apurou para outubro de 2015. A queda da variação homóloga entre setembro e outubro é a maior do ano e pode indiciar uma interrupção de uma escalada que vinha ganhando consistência há já quase um ano.
Apesar desta desaceleração a verdade é que uma variação homóloga de 0,6% está ainda acima da variação média anual dos preços – a taxa de inflação – que recupera mais uma décima fixando-se agora nos 0,4%.
A evolução dos preços continua a ser assim muito moderada e muitíssimo baixa em termos históricos.
A contribuir para a desaceleração homólogo terão estado várias classes de despesa. O INE destaca que os preços desaceleraram tanto no indicador de inflação subjacente (igual ao índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) como no índice relativo aos produtos alimentares não transformados (que desacelerou de 3,7% em setembro para 2,3% em outubro).
Ainda segundo o INE:
“A um nível mais desagregado, por classes de despesa, é de destacar a redução da taxa de variação homóloga da classe dos Acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (classe 5), que passou de 1,2% em setembro para -0,1% em outubro, refletindo sobretudo um efeito de base associado ao aumento deste índice em outubro de 2014.
Nas classes com contribuições positivas para a variação homóloga do IPC salientam-se as dos Produtos Alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1), das Bebidas alcoólicas e tabaco (classe 2), das Comunicações (classe 8) e dos Bens e serviços diversos (classe 12).
A classe com maior contribuição negativa para a variação homóloga do IPC foi a dos Transportes (classe 7), com uma variação homóloga de -0,9% (-1,1% no mês anterior), seguida do Vestuário e calçado (classe 3), com uma taxa de -0,9% (-0,2% no mês anterior). “