A taxa de variação média anual de preços no consumidor subiu de 0,2% para 0,3% entre agosto e setembro de 2015. Esta evolução resulta de uma aceleração da taxa de variação homóloga, que passou de 0,7% em agosto para 0,9% em setembro. Recorde-se que a variação homóloga compara os preços de um determinado mês com os mesmos preços no mesmo mês do ano anterior, pelo que está largamente imunizada face a oscilações sazonais. Estando a variação homóloga há vários meses sistematicamente acima da média anual é de esperar que até ao final do ano a média anula continue a aumentar, mesmo que as variações homólogas venham a desacelerar. Para que tal aconteça basta que os preços subam mais depressa nos próximos três meses do que sucedia há 22, 23 e 24 meses, os dados que serão substituídos no cálculo da média, pelos que surgirão até ao final do ano.
Que classes de despesa estão a inflacionar mais os preços?
Segundo o INE foi entre o vestuário e calçado (classe 3) que se registou o maior aumento da variação homólogo, ainda que os preços tenham continuado a descer. Confuso? É simples, em agosto de 2015, esta classe de despesa estava a ver os seus preços cair em 2,6% face a agosto de 2014. Ora em setembro esse mesmo indicador subiu de -2,6% para -0,2%.
O gráfico produzido pelo INE que alinha variação homóloga e variação média anual permite ver de forma mais evidente a oscilação cíclica que aponta para uma recuperação da inflação, ainda assim as previsões para 2016 não apontam que a taxa de inflação suba muito para lá do ponto percentual.