Nunca a banca nacional teve uma percentagem tão elevada de crédito mal parado na sua carteira.
Em rigor, nunca teve tanto dinheiro em risco de não ser pago pelos seus devedores. Os dados mais recentes de Banco de Portugal revelam que há €17,9 mil milhões de dívida incobrável que representa 8,57% da carteira total de crédito.
Crédito mal parado não para de subir
O peso do mal parado tem aumentado por duas razões, por um lado, porque o volume de empréstimos concedidos ativos está a cair e, por outro, porque os créditos incobráveis continuam, de facto, a aumentar em todos os segmentos analisados, sejam o das famílias ou o das empresas.
Detalhando, precisamente por segmentos, são as empresas que concentram a esmagadora maioria do mal parado: €12,5 mil milhões com uma taxa de mal parado de 14,65%. Quanto às famílias são responsáveis pelos €5,3 mil milhões remanescentes tendo uma percentagem de mal parado de 4,35%, valor que desce para 2,48% se se considerar apenas a carteira de crédito à habitação.
Perante estes números, e sabendo que a maior parte do crédito concedido está a pagar juros reduzidos à banca, provavelmente, ter um negócio bancário rentável continua a ser uma missão impossível por estes dias para a maior parte dos bancos nacionais. E assim deverá continuar até que empresas e famílias deixem de cair em número crescente, vítimas da atual conjuntura (e estrutura) económica nacional.
Esta situação parece-se com a estória do cavalo do inglês: de tanto se poupar na ração, o cavalo já não anda. Por isso, se não se puser dinheiro na economia real e não houver crescimento…
Quem quiser que complete o raciocínio…