Comércio externo de bens em 2014: desequilíbrio externo acentua-se

O INE divulgou juntamente com os dados relativos ao mês de dezembro do comércio externo nacional, o balanço do ano de 2014. Numa frase sobre o comércio externo de bens em 2014: desequilíbrio externo acentua-se com exportações a desacelerar e importações a acelerar.

O INE destaca que as exportações terminam o ano com um crescimento que é menos de metade do registado em 2013 (+1,9% compara com +4,5% em 2013). Em relação às importações sucedeu o inverso com o crescimento em 2014 (+3,2%) a superar largamente o registado em 2013 (+0,9%). Sem surpresa a taxa de cobertura das importações pelas exportações degradou-se (82% em 2014 quando tinha sido de 93,1% em 2013) dado que as importações cresceram a um ritmo superior ao das importações.

Numa nota mais positiva, o trimestre terminado em dezembro, já beneficiando do impacto de alguns meses de taxa de câmbio do euro significativa mais baixa, revela uma aceleração das exportações em termos homólogos quando comparado com o trimestre fechado em novembro: +4,6% versus +4,3%. Quanto às importações a evolução também foi mais favorável dado que estes aumentaram 2,0% quando tinham aumentado 3,8%  entresetembro de novembro quando comparado com igual período de 2013.

Comentário:

Olhando apenas para os dados de dezembro, o sinal é também positivo dado que este mês revela dados melhores do que a média do trimestre. Apesar de não estarmos perante uma aceleração muito expressiva do ritmo de reequilíbrio da balança comercial de bens, a manutenção deste padrão recente em cenário de desvalorização do euro e de contenção do preço do petróleo, juntamente com o efeito de base resultante da laboração das refinarias da Galp que estiveram fechadas no início de 2014, cria boas expectativas quanto aos indicadores do comércio de bens no primeiro semestre de 2015.

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