Estatísticas do Emprego 2013: com os dados relativos ao 4º trimestre de 2013 das Estatísticas do Emprego, apurou-se que a taxa média de desemprego ao longo do ano se fixou nos 16,3% o que representa um aumento de 0,6% em relação a 2012.
Os dados infra-anuais revelam, contudo, que o perfil de evolução tem sido favorável tendo-se registado uma queda homóloga da taxa de desemprego no 4º trimestre: a taxa de desemprego caiu 10,5% tendo-se fixado nos 15,3% (826,7 mil pessoas).
Também ao nível da população empregada a evolução no 4º trimestre foi favorável ainda que muito marginalmente:, segundo o INE “A população empregada foi de 4 561,5 mil pessoas, o que corresponde a um aumento homólogo de 0,7% e a um aumento trimestral de 0,2% (mais 29,7 mil e mais 7,9 mil pessoas, respetivamente).“
Note-se que no mesmo período em que se criaram 29,7 mil novos empregos, o número de desempregados caiu mais de o triplo (96,5 mil). Por cada 3,2 desempregados que desaparece só surge um novo empregado. Ou seja, a queda da taxa de desemprego continua a ter de ser explicada fundamentalmente por outros fatores que não a criação de novos postos de trabalho.
Uma das explicações para o desfasamento de evolução entre o desemprego e um emprego poderá estar na evolução da população ativa que continua a diminuir. No caso, diminuiu 1,2%, o que corresponde a menos 66,8 mil pessoas entre o 4º trimestre de 2012 e o 4º trimestre de 2013. Segundo o INE foram os homens, pessoas dos 25 aos 34 anos e com nível de escolaridade correspondente ao ensino básico que mais contribuíram para a queda da população ativa o que indicia uma dinâmica migratória muito pronunciada (note-se que se está na presença de dados trimestrais e não anuais).
E quem são os 29,7 mil novos empregados? Eis a decomposição avançada pelo INE que aponta o seguinte perfil dominante: mulher, com ensino secundário, a trabalhar nos serviços, a tempo inteiro com contrato a prazo. Eis o gráfico:
Já o desemprego caiu em quase todos os grupos mas com maior intensidade entre quem procurava novo emprego ou estava desempregado há menos de 12 meses, sendo predominantemente homens (representaram 2/3 da diminuição total de desempregados) com entre 15 e 34 anos e com até ao ensino básico – o que surge alinhado com a queda da população ativa e com o que aconteceu ao longo de todo o ano de 2013.
O único grupo que contribuiu a contra-ciclo face à queda do desemprego em termos homólogos foi o das pessoas que procuram emprego há mais de 12 meses que continuaram a aumentar representando agora 9,7% do total da população ativa (representam 63,5% do total de desempregados).
Por setores de atividade, destaca-se que o emprego aumento nos serviços entre o 4º trimestre de 2012 e 2013 (+3,77%) tendo diminuído na Indústria, Construção, Energia e Água (-2,5%) e na Agricultura produção animal, caça, floresta e pesca (-11,3%). Dentro dos serviços destacam-se os sub-setores das Atividades de informação e de comunicação (+18,4%), Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (+13,2%) e o Estado (Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória com + 8,8%) aqueles que mais emprego criaram em termos homólogos.
Uma última nota para referir que o INE deverá, ainda no decurso de 2014, passar a divulgar dados mensais relativos às Estatísticas do Emprego devendo essa informação ser adotada pelo Eurostat que atualmente efetua uma previsão para este indicador, intercalar às estatísticas trimestrais do INE. Por outro lado, com a difusão dos dados do 1º trimestre de 2014 a ocorrer 9 de maio, o INE irá incorporar os dados dos censos 2011 nas séries do emprego que serão assim revistas.
Pode consultar mais detalhes, em particular para analisar o ano completo e não apenas o último trimestre conhecido, leia as Estatísticas do Emprego 2013 do INE.
Ou eu percebi mal, ou há aqui uma gralha: “Note-se que no mesmo período em que se criaram 29,7 mil novos empregos, o número de desempregados caiu mais de o triplo (96,5 mil).”
“Caiu” mais do triplo ou aumentou mais do triplo ? Note-se que estamos a falar de DESempregados.
E da forma como o texto foi redigido, não está claro qual o período de referência, mas pareceu-me ser anual.
A frase está correta e refere-se a comparação homóloga (entre os 4ºs trimestres de 2012 e 2013). Esses dados são os que justificam o título. Em termos anuais os desemprego aumentou.