Dentro de um ano – se o calendário eleitoral for respeitado – Portugal estará a pouco dias de eleições legislativas de 2015 e a poucos meses de eleições. Até lá teremos um ano onde as opções sobre economia e finanças e a sua interação com todas as restantes áreas que interessam à vida em comunidade marcarão a agenda de todos os partidos. Durante estes meses tentaremos acompanhar aqui no Economia e Finanças esse debate divulgando, na medida do possível, a síntese das opções e os argumentos mais fortes em torno delas.
A economia mais do que uma ciência preditiva ou do que um oráculo sobre como governar deve ser instrumental ao político oferecendo-lhe da forma mais informado possível caminhos alternativos de entre os quais este deve escolher e os quais deve complementar e ajustar no respeito pelos interesses, princípios e vontades daqueles que procura representar E como tal, é fundamental que essas mesmas alternativas de política económica sejam escrutinadas e a solução final adotada pelo político conhecida e debatida. É nesse espírito que o procuraremos fazer aqui abrindo o Economia e Finanças a espaços de opinião, devidamente sinalizados a pessoas das várias áreas do espectro politico e, naturalmente, a leitores que se mostrem interessados em participar. Recorreremos a destaque4s de opinião da imprensa mas também ,sempre que possível, a opinião aqui veiculada em primeira mão.
Abrimos as “hostilidade” com uma sugestão de leitura sobre o processo eleitoral recente das primárias através de um artigo do Hugo Santos Mendes (sociólogo, investigador e com larga experiência de assessoria política) que escreve regularmente no Diário Económico e que no artigo “Combater o Vazio“, reflete sobre as primárias e lança esta nota de esperança num dos parágrafos do artigo cuja leitura integral recomendamos:
“3. Se as eleições primárias vieram para ficar, mudarão certamente a dinâmica interna de escolha das lideranças partidárias. Não serão mudanças no sentido de ‘libertar’ os partidos das ‘lutas de poder’ – a disputa pelo poder é a razão de existência dos partidos, enquanto instituições centrais numa democracia – mas no de impedir que aqueles se transformem em organizações esclerosadas, onde possa ser líder quem é capaz de disciplinar o aparelho, mesmo que não gere mais do que indiferença fora dele. Apesar das dúvidas que o modelo possa suscitar, as primárias podem ser uma das formas menos más para as democracias e os partidos combaterem o vazio.”